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segunda-feira, 7 de maio de 2012

UMA DOR QUE DÓI NO PEITO

Cochilei entre 4 e meia e oito da manha, um sono truncado de pedacinho. Tanta coisa para resolver. Animo para nada. Nem para escovar dente, ou comer qualquer coisa, ou pensar em alguma coisa. Parece que estou arrastando o mundo, e ele tem pesado demais.

Uma coisa hoje tem mantido meu pensamento em cativeiro...dor, e trechos da musica insana que conta um pouco sobre o que sinto, as vezes culpada, as vezes buscando um culpado, as vezes a saudade nos remete a lembranças que nos pacificam, hoje ele me ateia ao fogo, ao abismo, a queda livre sem proteção, ao medo de não tem fim.

Lembrei de uma musica de Legião Urbana...talvez ela expresse um pouco dessa segunda-feira. Podia ter uns versos diferentes instigando um pouco o sentimento de derrota que as vezes engloba a saudade e a falta de contato. Uma dor que dói no peito e faz ecoar em cada músculo, em cada veia, em cada osso do seu corpo.

Eu nunca, nunca tinha parado para pensar em mães que perdem filhos e em que tipo de dor elas tinham. Nunca pensei nisso. Mesmo tendo a convicção de que em pelo menos quatro vezes quase perdi Rafa: sua primeira infecção ainda antes de 01 mês de idade; ainda muito pequeno antes dos quatro anos, quando Dr. Djalma o atendeu na urgência pediátrica do João Alves; quando ele desenvolveu alergia medicamentosa, aos sete anos, e que teve pela primeira vez o edema de Quink e o edema de glote e precisou ser entubado e ventilado e quando teve a meningite e as crises convulsivas, depois dos sete anos.  Mesmo nestes episódios, eu implorei a Deus a cura de Rafa, algumas vezes até imaginava que o risco era grande e que podia perdê-lo, mas nem de longe conseguia imaginar isso.

Nunca, nunca, tinha pensado na dor de nenhuma mãe que havia perdido um filho. Principalmente saudável.  Minha avó perdeu filho. Tia Nita perdeu Nandinha.  Minha sogra Eglantine viu seu filho definhar por um câncer em baixo de suas asas e sob seus cuidados incansáveis.  Conheço pessoas  que perderam, mas indiscutivelmente nunca consegui imaginar a dor, mesmo sendo mãe. Hoje sinto essa dor, e não consigo descrever a profundidade dela. é um desejo de morte mesmo querendo viver, e um desejo de vida mesmo estando morta. Acho que é isso.  Perdemos completamente o reflexo. 

As vezes chego em casa e me pergunto como e por que? As vezes saio de casa pelos mesmos motivos que ontem me fizeram não querer sair.  Tem um mês que programo sair para resolver minhas coisas, meu limite é amanha, não pode passar de amanha. Tem dez dias que digo isso.  

Essa dor faz a gente cansar sem fazer nada.  Queria que minha cabeça parasse de pensar. Queria mesmo parar de pensar, porque até pensar dói. Queria esquecer...mas hoje até a musica me martela o juízo. Hoje não vou sair, amanha quem sabe, porque os dias são sempre iguais, em uns eu sinto você perto e sinto paz, mas em outros, eu quero saber para onde fugir.

Se fosse só saudade...mas é sempre algo mais.

ANGRA DOS REIS -Legião Urbana
Deixa, se fosse sempre assim
Quente, deita aqui perto de mim
Tem dias, que tudo está em paz
E agora os dias são iguais..
Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar...
Vamos brincar perto da usina
Deixa pra lá
A Angra é dos Reis
Por que se explicar
Se não existe perigo...
Senti teu coração perfeito
Batendo à toa e isso dói
Seja como for
É uma dor que dói no peito
Pode rir agora
Que estou sozinho
Mas não venha me roubar
Uh! Uh! Uh! Uh!...
Vai ver que não é nada disso
Vai ver que já não sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa é toda sua e nunca foi...
Mesmo se as estrelas
Começassem a cair
A luz queimasse tudo ao redor
E fosse o fim chegando cedo
Você visse o nosso corpo
Em chamas!
Deixa, pra lá...
Quando as estrelas
Começarem a cair
Me diz, me diz
Pr'onde é
Que a gente vai fugir?

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