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quinta-feira, 12 de julho de 2012

SOU EU, SEM FIM



SAUDADES...


Fico tentando lembrar quando que você apareceu e tomou conta da minha vida.

E não foi quando ele partiu, tem que ter sido bem antes, bem cedo, mais precoce, porque não consigo medir de que forma você cresce, como você se instala ou do que se apropria, do que você se despoja ou como se estabelece. 

Não sei quem é você e quem sou eu. Ao te perceber tão dona da situação me torno refém de suas garras e percebo que as algemas se confundem ente eu e você. Horas você me acha, horas eu me chamo de você. Não sei quem você foi, tampouco quem eu serei.

Talvez eu já tenha nascido assim, com meu quinhão de saudades, no meu código genético. Talvez isso faça parte do DNA de mães e pais órfãos, assim como as lagartas tem seus casulos e os trocam por asas para poderem voar, as cobras de pele quando crescem, os pássaros de plumas no outono brasileiro, e pais que perdem filhos, também trocam de nome, já vem consignado no código genético, só que a gente só sabe que tem essa característica genética, no inverno gélido a que nosso coração é submetido quando nosso filho parte. 

Não deixamos de ser pais, mas viramos saudades, trocamos de pele, adotamos uma mais sensível, uma que dói exposta as lembranças e que queima em presença da distancia.

Talvez assim eu consiga entender que você, saudade, só vai passar, quando chegar meu fim.

Saudades...saudades...saudades...sou eu...inteira saudades sem fim...Meu eterno Xeberel.

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