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quarta-feira, 25 de julho de 2012

DUAS RETAS

Na imensidão desse vazio, reflete minha escuridão. Duas retas que não se interceptam:em uma se debruça meu sonho de te encontrar de novo, na outra se escora a triste realidade de permanecer distante de você. 

Silencio completo fora do meu mundo. Tudo apagado, cortinas e janelas cerradas, nenhuma fresta de luz, nenhum barulho atravessa essa muralha. As quatro horas da manha seria capaz de ouvir os fios de cabelo caindo sobre a minha testa, ou as lagrimas descendo pelo rosto e tocando o teclado, mas do lado de dentro do meu mundo, tem uma gritaria ensurdecedora, ela me rouba a paz, e fala ao mesmo tempo tantas palavras embaralhadas, conheço todas elas, mas uma é gritada com lamento, com pesar...todas as frestas e cantos de meu mundo ainda gritam seu nome extasiadamente.

Gritam de dor, gritam de amor, gritam de saudades, gritam de lembranças e nestas horas em que pareço ficar surda de tão forte que te grito o controle está em fechar os olhos bem forte e deixar rolar as lagrimas provocadas pelos gritos. Elas aplacam lentamente os gritos, sufocam as vozes, e inundam a gritaria que mesmo assim abafada, pressionada, continua demonstrar quem somos...duas retas.

Enquanto meu choro sufoca as vozes, uma delas é intermitente em garantir que é ouvida e gritada. Mas ela não me assusta, elas me ensurdecem mas fazem parte de mim, gritam no meu íntimo, são meu mundo interior. 

Ouço-a cada dia mais forte, cada dia mais densa, cada dia mais real e inconfundível. As vezes imagino que todas as vozes dentro de mim formam um único coro e desaguam no mesmo choro. Choram saudades, gritam distancias, formam as retas que não se cruzam. Duas retas, numa meu sonho em te encontrar, noutra a distancia em não te ter.

Duas retas, formadas por muitas vozes. Gritam meu mundo. Chamam seu nome. Choram você. Filho amado, meu mundo externo em silencio, o interno em ebulição. Uma coisa em comum...suas lembranças, dentro e fora de cada um dos mundos. 

Amo você Rafa...choro gritando e grito em silencio pelas retas que percorrem minha vida.

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