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quinta-feira, 19 de julho de 2012

PERDER O SONO E ACHAR A SAUDADE

São sete horas e cinquenta minutos  e depois de três horas de um inquieto sono, busco você e não te encontro filho.  Por um momento, um mísero momento, imaginava te achar bem aqui do lado, bem aqui na frente, bem aqui vizinho. Mas o mísero momento durou menos que o tempo que o meu corpo usa para se dirigir até eu quarto.

Mas ele se projetou para ir te buscar, para te apanhar na cama e se livrar do vazio que tem  se abatido sobre ele. Ele queria hoje, há pouco menos de 05 minutos, eternizar a manha e preencher esse buraco.  Ele quer sempre, eternizar sempre, qualquer lembrança e esperança que inunde meu dia em sua busca.

Mas tem o tempo de retorno. Meu corpo precisa voltar ao perceber que você, Rafa, não voltou. Inconformado ele páira no ar, nas lembranças, na saudade, no chão firme da dura realidade de viver sem você.  Como dizer a ele para voltar? Para dormir? Para comer? Para chorar?  Agora  ele não volta, vai para o pior lugar do mundo...bairro inconformismo, cidade da revolta, município inaceitabilidade.

Difícil ficar ali, mais ainda, é achar o bilhete de volta e se deparar em sua cama, vazia,  não desfeita, sem você.  

Olho em minha volta meu filho e tenho que retornar para o meu quarto e me debato sobre o colchão, porque mais uma vez perdi o sono para a saudade e novamente a paz do esquecimento enquanto dormia para a realidade de não ver você dormindo ali.

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