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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

CHEGOU DEZEMBRO, MAS ESSE ANO SEM LUZES E ARVORE.

Amo o Natal, amo a atmosfera natalina, amo a generosidade que de certa forma contagia os povos e as cidades durante esse período.  Amo ver decoração de Natal, comidas de Natal, luzes de Natal, eu não gosto da cor vermelha, mas acho que ela é linda em quatro coisas na vida: nos corações que pintamos de vermelho em nossos desenhos, no sangue que representa o amor que é gerado; na camisa do Flamengo, porque sou uma rubro-negra até morrer, e nas cores do Natal.


Outro dia ouvi uma historia sobre porque as arvores, os pinheiros, são usados no Natal, e a explicação era porque além da durabilidade e consistência dos pinheiros, eles se mantinham verdes durante o inverno impiedoso, mesmo coberto por neve, o verde esperança estava ali, resistindo, e por conta dessa resistência e representar a esperança o simbolo era usado no Natal.


Adorávamos arvore, a primeira arvore que compramos, voce tinha quase dois anos, era uma arvore de seu tamanho e tinha apenas uns laços vermelhos, sem bolas, só fomos curtir mesmo ter árvore e arrumarmos nossa arvore em 2003, lembro que me mudei em 31 de dezembro e fui dormir sozinha a primeira noite do ano no apartamento da R Arauá, porque você foi passar Ano na Caueira com sua família paterna, mas quando você voltou no dia 02, fomos comprar a nossa arvore, já tinha passado o Natal, mas você queria ter uma arvore grande em casa, sua. Ai começou nossa historia.


Deste ano em diante, montávamos juntos nossa arvore. Todos os anos trocávamos os enfeites, você definia a cor. Tivemos arvore com enfeites laranja, dourado, prateado, verde cana, lilás, vermelho e um ano repetimos a cor...esses foram nossos anos. Cada ano uma guirlanda que fazíamos juntos, você me incentivou a fazer, compramos nossa primeira pistola de cola quente para nossas guirlandas, e lembrei do ano que você ajudou a comprar o tapete, vou lembrar e guarda-lo sempre. Você tomava conta das pilhas do tapete musical e adorava pisar nele só para ficarmos ouvindo as musicas natalinas.  Lembra quando ele acionava na madrugada e a gente acordava louco com o tapete e eu disse que não deveriamos usa-lo mais, e você disse, mãe é só tirar as pilhas a noite quando a senhora chegar da faculdade, mas só depois que a senhora chegar para ele tocar, só que eu sempre entrava pela porta da cozinha e esquecia de pisar nele, lembro de você de cueca do lado de fora pisando no tapete para só desligar depois que ouvisse a musica. Quem sabe não tenho coragem de colocar pelo menos o tapete...


Lembro também do ano que compramos um Papai Noel com as penas retrateis, ele ficava de pé e sentado, foi uma pechincha, nos orgulhávamos de bater todas as lojas e de sempre comprar coisas mais em conta. Achei que no ano passado não tínhamos colocado nada, alem da guirlanda e do tapete, mas lembrei que montamos a arvore por 06 dias, com bolas que compramos na semana do Natal no supermercado, arvore mais sem graça que fizemos, estávamos sem clima, seu processo tinha saído e você não havia conseguido autorização para cursar a faculdade, tinha saído o resultado do Amadeus, meus calos nos pés, o clima de casa, tudo era tão deprimente, mas nos últimos dias te convenci e disse que se você me ajudasse eu desmancharia sozinha, e você sempre me ajudava a montar e a desmanchar no dia 06...conforme a tradição.


Natal me lembra a batata gratinada que você sempre pedia, ela não podia faltar.  Também lembro das rabanadas que você me trazia da casa de sua avó Eglantine, somos apaixonados por Rabanada, as vezes você pedia para comprar pão só para deixa-lo ficar dormido para que eu fizesse rabanada, comíamos nos nossos domingos depois da praia ou do cinema com guaraná, você também gostava de bolo de ovos...mas vamos voltar para nosso Natal.


Natal me lembra amigo secreto que você insistia tanto que fizéssemos, lembro daquele ano que você me ajudou a imprimir em todos os bilhetes meu nome e minha sugestão de presente: apartamento, carro e poupança de 10.000, e a gente ria do povo lá em casa tirando os papeis e tomando um susto com as sugestões, foi tão engraçado a gente se entreolhar e só revelar a verdade depois do jantar, todo mundo tentando disfarçar e sem poder se entregar...não estou chorando falando isso, foi engraçado, lembro de você feliz.


Natal de seus piscas, nem sei quantos a gente tem, todo ano você inventava comprar 500 luzes, intermitentes, paralelas, de fases, cores diferentes, você amava, emendava, colocava na varanda, na arvores e se eu deixasse acho que você queria por até na geladeira...ficava tudo tão enlinhado mas todo ano era de sua competência desalinha-los.


Natal de seus sapatos na cama e um presente diferente daquele do amigo secreto, e quase sempre surpresa trazido por Papai Noel para você, tradição de por sapato nos pés da cama, de minha família e que você um ano, fez comigo, fiquei tão feliz porque você estava aprendendo aquele nosso costume...seu pai também  muitas vezes deixou o presente na portaria para que eu pusesse em seu sapato de madrugada.


Natal que você perguntava sobre Papai Noel. Natal de escrever cartas e levar no correio com sua avó Lucia. Natal de fotos no colo de Papai Noel, e Natal da igreja, juntos celebrando o verdadeiro presente do Natal, a vinda o nascimento de Jesus.


Chegou dezembro filho, e com ele a atmosfera do Natal, mas esse ano, sem você, sem luzes e arvore, porque minhas esperanças não são intensas como o verde dos pinheiros nem o vermelho é a cor de meu coração, na verdade hoje, representam minhas lágrimas...saudades de você.  Acho que vou por o tapete na porta do seu quarto, e por roupa nova na cama e quem sabe naquela noite ganhar de presente em meu sapato, um sonho lindo com você.

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