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domingo, 11 de dezembro de 2011

MINHAS MARCAS AINDA NÃO ESTÃO PRONTAS PARA A CURA DE DEUS

Domingo, infelizmente lembro de família neste dia mais que em todos os outros. 


E apesar de estar sempre com a minha mãe, minha família, quando a gente faz a nossa família, a gente assume o nosso novo núcleo como principal. Sinto falta da minha família, EU e meu eterno amado alegre e único RAFA. Sinto falta de acordar mais tarde, de ir para igreja e de quando voltar para casa, nos dias de ceia, acordar Rafa, ou ja entrar no quarto dele e vê-lo meio de soninho meio acordado e falar sobre o que vamos fazer. Sinto saudade de pegar a sessão das 11 do cinema e comer na rua e depois tirar um soninho de tarde e irmos juntos a Renovada, e depois lancharmos, pedir uma pizza, pegar outro filme, dar uma volta na orla, comer um Beiju no ponto da picanha. 


Sinto falta da gente, do nosso domingo, de você comigo, sinto falta ate quando você tinha programa que não me incluía, mas sabia que o veria na cama no fim do dia, de volta em nossa casa, nosso mundo.

Quando penso que a maioria das pessoas amam ver a sexta-feira chegando, e eu me sinto tão mal quando ela se aproxima, pelo sábado sem Rafa, pelo domingo sem Rafa, que era minha família, e pela segunda, dia em que perdi Rafa.  É no  final de semana  que as marcas mais doloridas vêm à tona.

Hoje é dia de Natal Comunitário na Igreja Presbiteriana 12 de agosto, sinto saudades do primeiro e único que participei, em 2009, porque em 2010 estava viajando. Uma unção tremenda, uma experiencia de vida, tão rica, e uma benção muito grande, Rafa estava lá, eu e ele juntos. Trabalhamos em família, eu e ele apenas e nos bastávamos, não tínhamos queixas de estarmos juntos, era bom, não nos cansávamos, eramos parceiros, divertidos, companheiros, cedíamos mutuamente, sabíamos o que era importante um para o outro. Esteve todo o tempo, ajudou, almoçou cachorro quente na igreja, voltou a noite e deu uma mão na organização. 


Lembro de nossas roupas neste dia e lembro do comentário dele quando voltamos para casa. Não tenho mais essa cumplicidade, essa amizade, essa parceria, as voltas para casa são tão tristes, que prefiro nem ter saído.  Sempre achei que casa é o lugar para voltar, a minha não é mais. A minha casa se transformou no lugar de onde não deveria ter saído, nem permitido que ele saísse naquele dia 21/05, pois no dia 23 ele não voltou mais para o porto seguro, e eu nao me sinto mais segura em nenhum lugar.

Tem dias que a dor e a tristeza me consomem com mais força, e sem forçar a barra, em todos esses dias eu recebo uma mensagem, um carinho especial de um ex-aluno, um Rafael, o melhor aluno que eu tive, que se formará em 2012, e que dei aulas há dois anos, por um ano inteiro. Ele era um aluno muito comprometido, me surpreendia nas provas e trabalhos, parecia amigo de seus colegas e tinha uma alegria no olhar. Um aluno meio tímido, calado, responsável, inteligente, calmo e boa praça, que tem intercedido por mim, que tem me cuidado, e que descobre musicas que traduzem o que eu não consigo falar, ou fala sobre coisas que eu preciso ouvir.

Hoje Rafael cuidou de mim novamente, e gosto de escrever assim só para imaginar que fosse o meu Rafa. Sei que não é, porque minhas marcas não estão prontas para serem curadas ainda. As minhas marcas me trazem  lagrimas nos olhos e um bolo na garganta que falta ar. Ainda olho para Deus e o culpo pelas marcas que fez em mim, ainda não consigo entender o modo do agir de Deus em minha vida, e nas dores, apertos e mágoas. Eu me sinto só, e sei que Deus sabe disso, e mesmo que Ele me cerque de pessoas, ele me levou a unica que era essencial na minha vida, pela importância que ele tinha e pelo que ele era, além de ser a minha família, o meu núcleo, e com a partida dele, até a minha casa deixou de ser lar.

Hoje a minha cantiga de ninar, vem com essa musica, presente que Rafael Pinto compartilhou comigo, e que as marcas da partida de meu Xeberel sejam cuidadas com amor sem fim.

MARCAS- FERNANDA BRUM
Não entendo Teu modo de agir
Quando trazes a minha memória
Dores, marcas, histórias
Que estão bem vivas em mim
Sob o discernimento dos fatos
Vejo tantos problemas, apertos e mágoas
Só Tu me conheces bem
Faz algo mais no meu interior carente
Ó paz singular traz a luz pra minha mente
Sou todo Teu,
Põe Teu selo sobre mim
Conforta-me com amor sem fim
Meus conflitos mil noites em claro
A razão e a vontade em fragilidades
Deus do céu eu sei o quanto preciso de Ti
Me exponho agora ao altar
E invoco a misericórdia do Senhor
Vem pode me curar
Conforta-me com amor
Cura-me com amor
Restaura-me com amor sem fim

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