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sábado, 3 de dezembro de 2011

VOU FALAR DE COISA FEIA, MAS TODO MUNDO FAZ...

Sábado, sem você, outro sem graça, sem sentido, sem muito o que fazer, mas depois de 15 dias de cama, sendo os últimos cinco sem colocar a cara na rua, por conta de uma tosse louca que não largou o meu pé...fui no posto com sua avó.

Vejo seus tios todos juntos, eu no meio, sei o quanto você gostava, hoje é sábado, filho é tão doído estar lá, e saber que você nao participa mais de nossas resenhas. Ver Sidney tirando onda para fazer sua tia Lícia rir, ver seu tio Fefé arrumando a decoração do Natal com sua avó, sei que você subiria no andaime e tava lá se achando, fora todos os piscas para alinhar, sei lá quantos quilômetros de pisca, que eu sabia que você estaria bem no meio de tudo, e imaginando isso eu fechava os olhos e via você lá no nosso meio. Penso até que se você estivesse entre nós, eu poderia não ter ido ao posto no sábado, mas não consigo pensar em estar lá e você não.

Ficava olhando aquilo tudo e as vezes entrava na sala de sua avó e não queria aceitar que eu pudesse estar ali e você apenas num porta-retrato. Saímos do posto e fomos lanchar, porque eu não queria almoçar e fomos para casa de meus avós.  E aí começa a versão de falar de coisa feia. Seu bisavô estava me perguntando sobre remédios para prisão de ventre e para aumento de flatulências e eu falei de você e suas resenhas sobre esses assuntos. E rimos tanto filho, tanto que chorei de rir e ele pediu para repetir a cena.  


Queria descontrair aqui, demonstrar o quanto você era gaiato. Certo dia você ouviu o barulho do peido e gritou, não desligue a moto não que quero dar uma voltinha...nem liguei para quem não tinha educação e fez um barulho tao grande, caímos todos a rir...aí no Saco, em outro barulho sua avó comentou que alguém roncava como um fusca velho... você de imediato emendou, a mesma pessoa da moto, aí minha vó não dá, manda a pessoa melhorar a frota porque moto e fusca velho...e ria e fazia a gente rir.  Depois você ia dando marca, ano e modelo das motos e ano do fusca.

Rimos tanto filho...esse era você. Sinto falta dessa leveza ao seu lado. Tudo era normal e resolvível, quando você estava por perto, tinha solução para tudo. E quando você falava a palavra "peido" e eu reclamava, você dizia, "é necessidade fisiologica mãe, como espirro, a gente espirra todo mundo dá saúde, arrota e pede desculpa, peida e o mundo acaba, bem que podia dizer saúde...é como espirro não pode prender, sai, e a gente nunca sabe o barulho, e o estrago olfativo que vai fazer". Isso quando não dizia, tem que dar perfume a fulano para beber, foi indicação do pediatra de minha tia....e contava a historia.

É filho, as vezes seu avô reclama que eu não apareço porque ele quer rir do que eu falo, do que eu brinco com ele, e quando eu fico muito em casa, acredite que ele veio sozinho ficar uma manha comigo e hoje foram suas memorias que o fizeram rir...sei que você ia amar ver isso, seu bisavô curtindo o que você fazia e falava...sinto falta até de seus comentários sobre essas coisas.

Sinto falta de tudo...até da coisa feia que todo mundo faz...e você também fazia e se o negocio tivesse mal cheiroso ainda ria desconfiado  e dizia passou da hora de assinar o atestado...tá morto e não avisaram.  Saudades das suas historias com seu tio Sidney, com seu avô Roberto...saudades de tudo filho, de você pequeno que eu dizia que quem soltou o pum está com a mão amarela e você ia olhar a mão e dizia a minha não está "amalera" não mainha, mas fui eu. 


Lembrei dessas coisas hoje filho, e mesmo essas coisas feias que todo mundo faz, me fez amar muito mais você, tão espirituoso e presente alegria de minha vida.


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