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sexta-feira, 1 de junho de 2012

TRISTEZA NAO TEM FIM

Eu ficava intrigada quando ouvia esse verso da música...Tristeza não tem fim, felicidade sim. E tentei não imprimi-lo em minha vida. Sempre apostei que as coisas se transformariam, que nao perdurariam ruim, que era uma fase, que logo passariam. Mas não foi assim, era só uma forma de encarar a vida e de me fazer forte diante dela.


Obviamente que reconheço que muitas pessoas tem um sofrimento infinitamente maior que o meu, mas confesso que no meu dia-a-dia, das pessoas que me cercavam, desde a escola primaria ate os dias atuais, em meu juízo de valor, eu sempre comparava a vida dos outros, a postura dos outros, seus comportamentos e consequências, e trazia isso para mim.  Tentava fazer com que as experiencias dos outros fossem validas para mim, e isso ajudava muito. Mas ninguém nunca soube o que de fato eu enfrentava, nunca me lamentei ou reclamei, tomei uma decisão lá nos 20, 21 anos a não lamentar, e passei a ver, a enxergar e a criar uma barreira entre o que eu via, e o que de fato eu queria viver.  E paguei o preço por isso.


A unica pessoa que não me julgava, que entendia os motivos e que depois que se foi deixou registrado no msn foi Rafa. Ele entendeu que andar com as próprias pernas tinha um preço caro, e que os passos sempre são mais curtos do que os passos de sucesso de quem anda nem sempre com suas próprias pernas, e embora em algum momento a gente queira a estrada ou os passos longos do outro, a nossa estrada é a única que vai nos levar a nossa meta.  Rafa entendia plenamente isso, e era mais visionário que eu, porque percebia que ajuda podia ter e que hora era a hora de crescer sem ela.


E apesar de muitas vezes eu comparar e perguntar o porquê disso e daquilo comigo, ou com minha família, eu lembrava da musica e dizia, não, não pode ser sempre a tristeza, eu tinha uma  convicção de que fomos feitos para ser felizes que Deus não era um deus prepotente e maquiavélico que queria nos fazer sofrer para entendermos o sofrimento do filho Dele, eu sempre tive a ideia de um Deus justo, e extremamente amoroso, perdoador que amava, que amava. E não me sentia menos amada. Pelo menos por Deus não, e só queria entender, e enquanto eu não entendia, eu decidi não lamentar, decidi construir meu muro tipo assim, enxerguei viu, notei, mas isso não vai me deter, simplesmente não vou dar bola para isso, porque eu sou mais que essa referencia.  


E fiz escolhas erradas, porque sempre me aproximei emocionalmente de pessoas que também queriam ter o direito de imprimir suas referencias em mim, e não de me ver através do muro.  Mas para isso eu tinha Rafa e nossos julgamentos eram construtivos.  E percebi que Rafa também criou seus muros, mas esses muros só eram construídos para aqueles que continuavam tentando imprimir em mim e nele. Rafa me protegia como podia, e se protegia também.  E tinha tão claro a importância da felicidade na vida.


Só que ele fez muito cedo a leitura da felicidade. O importante para Rafa não era apenas ser feliz, mas era proporcionar isso aos outros, ele se importava com a minha felicidade e por isso baixou a guarda algumas vezes na construção do muro.  Só para me ver feliz.


Essa música veio muito forte em minha memória hoje, e nos últimos meses talvez eu concorde que ela é perfeita. 


Tristeza não tem fim...felicidade sim, a minha, durou até 23/05/2011.



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