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sexta-feira, 22 de junho de 2012

VONTADE DE SAIR DE CENA, CANSEI DO ESPETÁCULO DA VIDA.

Tem dias assim, acordo disposta, arrumo casa, cama, escrevo, planejo alguma coisa, converso com alguém, atendo telefones, faço toda a rotina de higiene, provo e ensaio usar as antigas roupas, tento ler alguma coisa ou me preparar para fazer algo que fazia antes e que perdi a coragem, sinto fome, saio e como alguma coisa...mas são poucos, quase ínfimos, os dias em que me sinto assim tão disposta.  Os dias que se seguem a um destes dias...são de matar.  Parece que participei de uma maratona de 30 km sem nunca ter corrido nem 100 metros e meus músculos doem ate pensar, levantar para o banho pode demorar mais de 24 horas e assim todas as outras rotinas caseiras, a unica coisa fácil nestes dias...o pensamento em Rafael e o coração na saudade que ele deixou.

Ontem foi um dia assim.  Almocei as seis da manha, e sofri de dor de amor o resto do dia, rolando nos assentos da cama e em cada comodo contemplando nossas fotos, nossas lembranças e a dor que a saudade vai imprimindo pelo corpo.  Ate que a noite chegou a cólica, e um coisa normal nestes dias não tenho mais...Rafa era super-cuidadoso neste período, poupava-me mesmo. Deitava do lado, perguntava se precisava de remédio, e mesmo quando estávamos a mesa nas refeições, ele imprimia um ritmo mais rápido para comermos e eu meio que descansar.  Neste período lembro dele e de sua sensibilidade.  Ele sempre perguntava...e aí tá naqueles dias né..."instrumada"... e ríamos por conta de uma historia nossa de quando ele só tinha 06 para sete anos.

Nestes dias dói não pensar em Rafa, e mais ainda não parar de pensar em nós.    Fico pensando se ele vê alguma coisa daqui sabe...queria que ele tivesse poder de me levar para perto. Descobri que ainda não sei viver sem ele. Nem sei se se aprende isso, acho que não quero aprender. Sentido? Nenhum para mim.

Se a nossa função é apenas de louvar e engrandecer o nome do Senhor...não tenho feito isso, porque não consigo olhar para diante. Sei que Ele, Deus, cuida e está no controle de tudo, e por que isso não passa? Por que isso não acaba? Por que sorrir, ficar feliz, ou ter paz, ou se sentir plena, ou ter alegria, ou sentir-se cuidada, ou louvar com o coração alegre, ficou tão pesado, e para mim aparentemente impossível?

Por que eu não tenho uma fagulha de esperança de que isso passará, de que serei normal de novo, de que terei motivos para continuar, que sentirei vontades de fazer novas coisas, de que gostarei de conhecer outras pessoas, de que lerei sobre as conquistas dos amigos e das pessoas que gostavam de Rafa e sentirei apenas alegria, sem remorso, sem culpa, sem dor, sem saudades?

Vontade...a minha se resume a apenas uma...só que nao lentamente, podia ser de forma acelerada.


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