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sábado, 23 de junho de 2012

MAIS UM MÊS INTEIRINHO SEM VOCÊ

São quatro e vinte da manha, devo ter pego no sono por volta de uma e meia, e acordei agora, assustada, num daqueles sonhos que a gente corre e entra no quarto do filho para ver se esta tudo bem, só que no caminho do impulso, já sabia que você não estava lá, e comecei a pensar em que de fato tinha sonhado, se era mesmo contigo.  Não era.  Sonhei com pessoas ligadas a você, corri ao banheiro, orei e lavei o rosto.

Em meio a todo esse processo, vou ate a cozinha em busca de um copo de água que mantivesse mais a calma e o ritmo desenfreado da minha respiração, talvez um remédio para cólica fosse necessário. Mais uma vez as lembranças, como as de dias como hoje, em que ao levantar para ir a cozinha, você vinha em seguida perguntar se eu precisava de alguma coisa, eu levava um baita susto e eu questionada depois o que você fazia acordado, percebia em seguida, computador, telefone e violão a postos e você conversando com alguém.  Ou então na volta da cozinha eu entrava em seu quarto, as vezes desligava a tv e te dava um beijo porque você tinha pego no sono, ou te pegava no flagra e as vezes ficava um pouco, e as vezes te dava uma daquelas broncas, a segunda opção era mais comum...a não ser que fosse sábado ou véspera de feriado, daí você era absolvido.

Volto da cozinha e entro em seu quarto, nenhum vestígio de coisa alguma que funcione, apenas o porta retrato digital que seu pai me deu, passando fotos de sua infância e pré-adolescência. Sentei e contemplei um pouco aquelas cenas, inevitavelmente me inundei de suas lembranças, de sua presença ao fundo o som da praça, o ritmo que você mais amava, uma música conhecida embalava minha memória.  O mal estar do sonho passou, restou tudo de bom que vivemos.

Pela primeira vez, lembrei das broncas e castigos. Lembrei dos inúmeros flagras pelas madrugadas de você ao telefone, de você no msn, no twitter, no orkut, no celular, de você sempre fazendo companhia para alguém, fazendo alguém rir, fazendo alguém desabafar, desabafando também.  Lembrei de quando não tinha isso, e essa insonia ou essa energia sua  era extrapolada em meu quarto, aos meus ouvidos.  Hoje...só memórias e saudades.

Um ano filho, um ano e um mês inteirinho sem você.  Um sonho ruim que se dissipou.  E uma cena real que se instala com voracidade, saudades, eternas saudades.


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