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quinta-feira, 28 de junho de 2012

EU SO QUERIA A VERDADE

Dormi, não, fui atropelada por um bonde. Madrugada toda rolando com o sono confuso, um sonho desespero, uma angustia, uma revolta, o resultado nao importa, mas foi como se alguma coisa profundamente em mim exigisse justiça.

Acordei com dores musculares, pedaços de frases e sentimentos, laudas de processos rubricadas, carimbos e assinaturas de pessoas que nunca fizeram parte de nossas vidas, vão decidir e postular o roteiro final de nossa existencia.

Isso nao me deixava dormir, mas era maior do que eu, do que meu corpo ou do que minhas forças. Como gritar e saber a verdade? Como exigir que a coisa mais proxima dela ficasse registrado num inquerito policial que determina a forma como o acidente aconteceu?  Vale a pena, brigar com o mundo se só Deus vai me dar as verdadeiras respostas?

O que uma mãe faria? O que uma mãe considerada boa, ou normal, ou racional faria? E se eu nao fizer nada, como olhar para mim no espelho novamente? Minha vontade agora, pegar o carro, arrastar os mentirosos pelo colarinho, levar a praça publica ou fazer sentir o cheiro que sinto quando choro o corpo do meu filho naquele cemiterio, quem sabe assim, teriam um pouco, só um pouco de clemencia e diriam...pois é vendi o cavalo, eu o escondi no fundo de minha casa, e nós dois ou três o tiramos na cena do acidente, e o resto calou, afinal...um cavalo vivo, vale mais que um corpo no asfalto.  


Mas eles também tem filhos...talvez um dia compreendam minha dor. Eu só queria a verdade.

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