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sábado, 2 de junho de 2012

A PALAVRA QUE ME CURA NINGUÉM VAI DIZER

Eu fico esperando, torcendo de fato, até tentando crer mesmo, que tenha uma saída. Eu me vejo suplicando por isso todo o tempo. Queria ter coisas boas para contar, para viver, ou viver essa vida dura e crua e já ter um outro olhar, queria de fato estar em outro lugar, vivendo outra coisa queria ter sede e gana para querer. Mas ainda não quero, e se quero, não luto para ter, porque não consigo, mais do que qualquer outra motivação. Eu não consigo mesmo.

Eu me programo, e me obrigo a fazer as coisas, mas é maior que eu. Acho que é como as pessoas que tem compulsão para drogas, que são dependentes, e que tentam, e se esforçam, e muitas vezes não conseguem se livrar, é como se fosse maior que toda a força que eles tem. Eu me sinto assim, maior parte do tempo.  Eu não quero mais chorar todo o tempo, não quero passar a madrugada remoendo sem sono, não quero ter dor de cabeça tanto quanto a presença de meus cabelos em minha cabeça. Não quero ter o olhar triste ou o passo da decepção com a vida. Queria rir e me alegrar com o sol, com o rio, com a flor, com a piada, com um novo amor. Mas ainda é tempo do choro, do vazio, do luto, da dor, da falta, tempo de saudade de Rafa.

Quando penso em quanto perdura o tempo, antes eu achava mesmo que seria assim, 01 ano. Se eu chegar a 01 com vida, depois disso eu conseguirei. Mas infelizmente esse tempo, não é coisa factível nem determinada por mim,  também não faço ideia de quem o determina, só sei, que ainda não me sinto pronta para a vida, e que a morte tem me consumido.  Viver para mim, tem sido morrer. Morrer para planos, morrer para novos objetivos, morrer para novas tentativas, porque é duro demais continuar viva sem a minha maior forma de incentivo, sem a minha inspiração e sem a minha força.

Eu sempre amei Rafa de todo meu coração. Mas nunca tinha a real noção do que seria minha vida sem ele. É muito menor do que qualquer desgraça que eu fosse capaz de imaginar. As vezes eu acho que é uma doença, a morte. Ou melhor, viver depois que perdemos alguém que morre.  Porque, de fato muitas doenças batem a porta, algumas psicossomaticas e muitas  já velhas conhecidas tentam vir fazer morada, então de fato traz doenças, mas as vezes sinto coisas próprias do luto e da perda, como sintomas, sabe? E comuns a quase todas as outras mães que conheci e que andam neste processo de luto, e na minha imaginação eu sempre espero que alguma coisa aconteça e que todos os sintomas passem.

Mas a palavra que me cura ninguém vai dizer...

Hoje penso em cantigas e historias para ninar uma mãe, como diziam Vitor e Leo, eu sinto falta de você, 

Rafa...

"Sinto falta de você
E a palavra que me cura
Ninguém vai dizer
Cada coisa que eu consigo
Quero dividir contigo
Não vai ser fácil esquecer"


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