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sábado, 23 de junho de 2012

NOS DIAS PRÓXIMOS, TUDO MUDA NA GENTE.

Parece que é automático, nos dias próximos ao dia que se faz aniversario, que é dia de festejar alguma coisa, ou é o dia do mês que nos lembra o dia da partida, parece que tudo muda dentro da gente.  É parecido com a TPM, as vezes a gente nem lembra do período menstrual, aí de repente a gente fica irritada, impaciente ou com outro vestígio qualquer, e nem nos damos conta, até que alguma coisa nos chama atenção e percebemos, gente estou próximo ao período, por isso a espinha, o inchaço, o mau humor, ou o que quer que seja.

Quando estamos em luto também é assim, na semana do dia em que se faz mais um mês de separação, a gente sem perceber fica mais fragilizada, mais chorosa, mais revoltada ou impaciente ou questionadora, mais irritadiça, e quando a gente percebe faltam quatro ou três dias para a data, e aí começa um martírio, porque a partir dali parece que a gente não esquece.

Nestes dias, eu gosto de me isolar mais, para que meu choro não incomode ninguém, para que meu choro não provoque nenhum julgamento ou interfira no resto do meu mundinho periférico.  Nestes dias, evito entrar nas paginas sociais porque quando faço automaticamente gosto de saber o que fazem os amigos de Rafa, onde ele estaria se estivesse conosco, o que ele gostaria de fazer, e ao mesmo tempo que fico feliz em vê-los tocando a vida, e sei que sentem falta, eu fico meio mal, porque meu filho não está ali, não está desfrutando, compartilhando ou comentando qualquer coisa.

Hoje de forma mais dolorosa, porque Rafa estaria maior de idade, é véspera do dia mais esperado dos festejos juninos, e Rafa adorava isso, desde os fogos, as quadrilhas, a festa em si, as reuniões familiares, e os meninos estão juntos e meu filho...distante da gente, e completando mais um mês de separação.  Parece que dói mais, quando junta o dia 23 e datas especiais para nosso povo, nossa família, etc.

Uma semana complicada, 23 separação de Rafa, 26 separação do outro Rafa, 30 aniversário de meu pai, comemorávamos sempre do dia 29 para o dia 30...e por mais que eu não pense nisso, essas coisas fogem do meu controle. Provoquei mais um dia prolongado de sono, não queria ouvir a música, pois os festejos juninos da cidade, acontece há pouco mais de 1km daqui de casa, e se ouve plenamente tudo, mesmo com todas as janelas fechadas. Não queria ouvir os fogos, não queria chorar o dia, mas infelizmente as duas da madrugada o sono cessou e escrever é a forma mais genuína que achei para desabafar a dor da saudade e da distancia, nestes dias que tudo fica mudado na gente, nos dias em que a ferida está mais exposta e que qualquer lembrança impede sua cicatrização.

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