Total de visualizações de página

sábado, 30 de junho de 2012

JUNTANDO TUDO O QUE RESTOU

Tem dias assim, que precisamos juntar tudo que restou. Juntar todas as lembranças, juntar todas as saudades, juntar os sonhos realizados, juntar num lugarzinho mais afastado aqueles que não realizamos, juntar os amigos, juntar as historias, juntar os gostos e os cheiros e depois de tudo reunido, arrombar a porta do mundo, com toda essa bagagem para impedir que o mundo te engula vazia como você se sente.

Parece um dia normal, as pessoas te veem com normalidade, afinal ela saiu, ela se cuidou, ela esta ótima, ela ri...e só você sabe de tudo que você juntou naquele dia para sair de casa e mostrar a cara ao mundo.

Mas a normalidade do dia termina porque você precisa deixar sua arrumação, o ajuntamento de coisas que você fez, para ter forças em algum lugar, porque você não suporta carrega-la deste jeito. 


Uma coisa é quando a  saudade faz parte da gente e nos dirige para onde quer, outra coisa é quando você tenta dirigi-la, tem coisas que você ainda não tem o controle e o comando, pelo menos eu ainda não os tenho.

Nestas horas, em que o peso da saudade como escudo exige que eu ponha tudo no chão e volte a ser eu,  e ser eu é nada mais que ser aquela que ainda briga com o mundo para não ser engolida pela saudade, enlouquecida pela falta ou abatida pela dor, nada como voltar para casa e aqui não preciso ser nada para ninguém.


E nestas horas, sou apenas a mãe de Rafael, e não preciso exercer mais nenhum outro papel, porque ainda estou juntando-me em tudo que restou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário