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terça-feira, 19 de junho de 2012

JA QUE O MUNDO NAO PÁRA, PODIA ME DAR UM TEMPO, SÓ UM TEMPO MAIOR

Depois de uma manha confusa e da pressão em passar mais uma vez pela perícia médica tentando ser o que não sou - uma pessoa forte e resolvida. Tentando demonstrar racionalmente coisa que não se explica ou entende. Tentando convencer pessoas, de coisas que não se convence, porque o mundinho de todo mundo continua passando e as coisas permanecem na sua evolução natural, tinha apenas um desejo diante daqueles olhos, estar em qualquer outro lugar.


Percebi ou me dei conta que não preciso convencer ninguém de nada, e também não preciso ser a película da tela de cinema de ninguém. Quer ver, não posso impedir, mas também não consigo me deixar tão á mostra.  Engraçado a pergunta, como eu sendo psicologa e tendo ajudado a tanta gente não conseguir se ajudar. E eu pensando, será que alguém da família dele teve câncer? Sera que um filho adoeceu? Será que ele sendo médico já errou ou procrastinou em algum diagnóstico familiar, ou até pessoal? Se isso aconteceu, como pode ter acontecido, pois é um médico? Mas só pensei e calei, e naqueles minutos seguintes nem lembro o que falaram.


Ao final em resumo, depois de uns 40 minutos avaliaram que se eu durmo ainda, se continuo chorando, se sinto dores no peito e se nada tem adiantado, a melhora esta no trabalho, devo retornar a trabalhar, o trabalho me dará sono de volta, concentração, diminuirá a tristeza e cessará a falta de sono, ou a simples insonia como trataram.  Como não pensamos nisso antes? Sugeriram mudar de medico, psicologo, remédio, e a tudo fui solícita, mas fiz pouco, não foi suficiente, o retorno ao trabalho é a solução.


Uma vez acolhi um servidor que há muito tempo estava afastado e a pericia determinou seu retorno, um dos médicos se compadeceu e solicitou novos exames, fomos ao sistema único de saúde porque o servidor, tinha perdido o plano de saúde, e assim que as taxas dos exames  chegaram o servidor precisava de cuidados excepcionais, taxas variadas e altas não deveria retornar ao trabalho...ele foi considerado apto para o retorno ao trabalho, morreu em seguida.  Não penso que vou morrer, nem estou difamando trabalho algum, apenas demonstrando a dificuldade que temos de compreender o desenvolvimento psíquico do outro.


Para muita gente estar cercado de gente ajuda a transpor, para mim não. Nem todo dia quero conversa, som, barulho, luz, opinião. A risada das pessoas me incomoda, as vezes não, gosto de rir junto, mas entendo que para viver em sociedade, precisamos tolerar muita coisa, e eu não tolero ultimamente. Tenho vontade de gritar, de quebrar, de chorar e o auto-controle é bem penoso.  Falo de Rafael todo o tempo, nem sempre tem gente para ouvir, e quando tem as vezes pede para eu mudar de assunto, então ficar sozinha não é apenas uma opção, foi a solução que achei.


Mas para o resto do mundo essa solução não serve. Não entendem que hoje a apenas 04 dias de fazer mais um mês de saudades eu fico mais vulnerável, que as cólicas e a TPM são mais fortes, que não dormir me deixa mais angustiada e agressiva, que não frequentar lugares que ia com Rafa é minha forma de me defender das lembranças que ainda são doídas e que usar camisas com suas fotos e de momentos tão nossos é a forma que encontrei para não me sentir tão só e distante dele.


Uma nova etapa está prestes a começar, e não tenho nenhuma expectativa ou interesse sobre ela.  Nao tenho vontade de me sentir produtiva, da mesma maneira e na mesma intensidade que desejo do fundo da alma reagir de alguma forma e planejar qualquer coisa que não seja como fazer o sono voltar.

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