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quarta-feira, 20 de junho de 2012

NESSE MUNDO MEU E SEU, RAFAEL.

Agora há pouco recebi uma mensagem de pessoa que não conheço, eu acho, e que diz que começa o dia no trabalho lendo minha postagem, e fiquei pensando? Meu Deus, só ler tristeza. Como eu queria impactar ou de alguma forma criar um habito saudável para a pessoa...ler algo mais prazeroso, menos doloroso. Queria escrever sobre esperança, sobre como Deus tem cuidado, como os amigos são importantes, como conheci pessoas que compartilham essa dor...mas não é disso que estou cheia.

A palavra de Deus diz que a boca fala aquilo de que o coração está cheio. E é fato. Ainda tenho muita dor e saudade. Não pensei que esse blog chegasse a tanto, que tivesse criado em mim o habito de registrar meu mundo depois de Rafa. Não virou um diário tampouco, porque perde a característica sigilosa, e tantas coisas não consigo postar porque sei que poderia de alguma forma influenciar pessoas que passam pela mesma dor e que pudessem fazer coisas que tive vontade de fazer, as vezes ainda tenho, mas tento reprimir...tipo, transferir as vezes a raiva e a ira por determinada situação ou pessoa em gritos em quebras de objetos, etc - coisas que aprendi convivendo com loucos, e de repente exorcizar essa raiva de alguma forma pudesse me fazer bem, mas me falta coragem e loucura suficiente para tais atos. Então, eles calam em mim e escrever sobre meus sentimentos me faz elaborá-los melhor.

Na verdade o blog surgiu como uma ferramenta terapêutica para mim. Num período em que fiquei em casa, mesmo acompanhada me sentia só, completamente sozinha, com sentimentos que ninguém que me rodeava conseguia mensurar, com duvidas, culpas, anseios, revoltas, uma mescla de sentimentos e uma dor quase inimaginável. Eu não entendia nada, e estou longe de compreender alguma coisa. Coisas simples me fogem da explicação, tipo, por que sorrir perdeu a graça, por que quando sorriu me sinto culpada, por que essa sensação de que nunca vai passar e as vezes a sensação de que não é real? 

Se eu pensei que teria acessos, como mais de 10000 pessoas visitaram o blog, claro que não, porque nem tinha a ideia de divulgar, mas durante o dia, alguém me tocava profundamente por externar algum sentimento em relação a falta de Rafael, e eu não conseguia falar com a pessoa, dar força, etc, mas me sentia obrigada a fazer, a agradecer o carinho e o amor a Rafa e a compartilhar um pouco daquilo, mas não tinha condição de falar numa conversa telefônica ou por e-mail, pois nem sempre conhecia a pessoa, usei e uso o blog para isso, e essas pessoas começaram a divulgar. E hoje alguém que não conheço diz que começa o dia no trabalho lendo a mensagem e orando por mim e compreendendo melhor alguém da família que enfrenta um momento de dor.

Só uma coisa não quero no blog. Não falo de outros assuntos, ele tem uma finalidade...meu dia a dia pós ter perdido Rafa. Falo desse universo. As vezes mais esperançosa, as vezes menos, dias com mais fé, outros completamente entregue ao socorro e misericórdia de Deus, dias com lembranças mais suaves outros de muita dor e saudade, mas sempre cantigas e historias que me ninam enquanto eu mergulho nesse mundo, meu e seu Rafa.

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