Por mais que me esconda, sempre me acham. Mesmo assim, continuo preferindo me esconder. Foi a forma que encontrei para não falar com o mundo, e para me proteger dele. Prefiro o silencio, prefiro o ostracismo, prefiro a solidão, prefiro não ser vista, não ser cumprimentada, não ser indagada, etc.
Mas agir assim e viver em sociedade fica cada vez mais difícil. Não posso e não tenho o direito sobre a vida do outro, exceção de pessoas que ficam muito próximas de mim, a essas pessoas eu sempre me sinto a vontade para dizer hoje não e hoje sim, sem me sentir mal em ser e agir de acordo com o que sou e sinto.
Então, hoje no trabalho fui visitada por uma colega que perdeu seu filho ha 06 meses, e eu soube do ocorrido, há uns 40 dias. Ela chegou diante de minha mesa, e obviamente que eu estava olhando as fotos de Rafa (passo o dia olhando e buscando trazer a memoria nossos momentos), não é que não tenha com o que preencher minha cabeça, é que minha cabeça esta preenchida com isso.
Assim que se aproximou disse, deixe eu te dar um abraço. E levantei e nos abraçamos silenciosamente. E em seguida ela me disse, eu me preparei para isso, fiquei 31 dias no hospital, ele entrou em coma no dia anterior, e você não.
E eu respondi, acho que não fulana. Acho que não se prepara uma mãe para perder um filho. Não sei o que é mais doloroso, se é enterrar de vez, sem aviso prévio, ou ver morrer aos poucos todos os dias e não poder fazer nada.
Naquele abraço apertado e silencioso, vi passar pela minha memória, todas as mães que eu tenho abraçado pessoal e virtualmente, e com um entendimento maior, percebo que independentemente do que nos separou de nossos filhos, das circunstâncias em que eles nos deixaram, da idade que tinham, ou de quem somos, a dor é sempre a dor de uma mãe que perde a coisa mais preciosa que temos.
Não importa se 10 ou 100 filhos. Não importa se mais ou menos carinhoso, mais ou menos organizado, mais ou menos chameguento. Não importa absolutamente nada, porque a dor é quem vai nivelar o que sentimos ao perder, e isso só pode ser expresso pelo amor. E a gente ama incondicionalmente. E se não medimos amor de mãe quando estamos com filhos vivos, não podemos medi-lo quando eles se vão.
Ali em pé enquanto a ouvia, eu dizia Paizinho, toma conta de Neide, mãe de Rafa Bispo; Márcia, mãe de Teteu; Anita, a mãe de Ricardo; Sonia mãe de Vinicius, Claudia Mara, mãe de Andre; Lurdinha, a mãe de Kelly ; Vera, a mãe de Walmir; Walesca mãe de Jessica; Ana Paula mãe de ; Elsa mãe de Fabio ; Eliane, mãe de Raquel e de um pai, Cristiano, pai do Renato.
Naquela hora, naquele abraço, eu queria todas as outras mães e pai comigo , e na hora que minha amiga alisa a foto do meu filho em minha camisa, eu desejei que todos nós pudéssemos mais uma vez alisar nossos filhos, mais uma vez.
Dor de mãe sempre dói do mesmo jeito: dói para sempre.
Humano Amor de Deus
ResponderExcluirAdriana
Tens o dom de ver estradas
Onde eu vejo o fim
Me convences quando falas
Não é bem assim
Se me esqueço, me recordas
Se não sei, me ensinas
E se perco a direção
Vens me encontrar
Tens o dom de ouvir segredos
Mesmo se me calo
E se falo me escutas
Queres compreender
Se pela força da distância
Tu te ausentas
Pelo poder que há na saudade
Voltarás
Quando a solidão doeu em mim
Quando meu passado não passou por mim
Quando eu não soube compreender a vida
Tu vieste compreender por mim
Quando os meus olhos não podiam ver
Tua mão segura me ajudou a andar
Quando eu não tinha mais amor no peito
Teu amor me ajudou a amar
Quando o meu sonho vi desmoronar
Me trouxeste outros pra recomeçar
Quando me esqueci que era alguém na vida
Teu amor veio me relembrar
Que Deus me ama, que não estou só
Que Deus cuida de mim
Quando fala pela tua voz
Que me diz: Coragem
Que Deus me ama, que não estou só
Que Deus cuida de mim
Quando fala pela tua voz
Que me diz: Coragem
Teu amor veio me relembrar
Que Deus me ama, que não estou só
Que Deus cuida de mim
Quando fala pela tua voz
Que me diz: Coragem
Que Deus me ama, que não estou só
Que Deus cuida de mim
Quando fala pela tua voz
Que me diz: Coragem