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sábado, 4 de agosto de 2012

CATARSE

Precisava disso. Do choro compulsivo, dos gritos sufocados sendo libertos, de esmurrar todas as fotos, todas as coisas e num lamento profundo de alma, de vida, inquirir porque você me deixou.  Outro dia disseram que os filhos escolhem os pais, não entro neste mérito, nem vou discutir em que acredito, mas imagine para um pai e uma mãe ouvir que o filho escolheu ser seu filho, para te abandonar no meio da vida.  Durante a madrugada, a morte era abandono para mim.

No meio do tumulto de minhas cobranças a você Rafael, enquanto eu te relatava cada centelha incendiaria do foco da saudade em meu corpo, em minha alma, em meu espirito abatido, o mesmo louvor 300 vezes para suportar toda a pressão de me sentir sozinha demais sem você.  Ontem nada me continha, nada amenizava você doendo em mim.

Filho, como pode tudo ter dado errado desse jeito.  Como pode uma mãe para suportar essa dor se convencer que esse era o melhor caminho, porque foi permitido por Deus. Como pode o mundo em sinal de consolo dizer que o melhor é morrer, porque não sabemos no que ia se tornar.  Você já tinha se tornado tudo para mim...hoje não consigo aceitar que se torne apenas dor, que as lembranças sejam pesadas, e que em muitos momentos em não consiga te carregar, não assim, não morto, não parado, não em silencio, não sem te ouvir, não, mil vezes não.

O remanescente da dor de ontem pulsa em cada fresta do que vejo hoje. Na toalha bordada com seu nome do banheiro, em seu quarto, nas fotos de nosso mural da sala, devidamente limpas e acarinhadas uma a uma e na mesa do cafe da manha com seu lugar vago.


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