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sábado, 18 de agosto de 2012

UMA LEVEZA EM MIM

O vendaval passou e junto com a ventania, muita coisa se foi.

Agora os escombros precisam ser limpos. Tantos profundamente embrenhados em meu ser, tantos diretamente relacionados a você e outros tão difíceis de serem removidos porque vão tirar de mim não só o que ficou de perna para o ar, mas muito do que vivemos juntos.

É como desarrumar o quarto, ficam as lembranças mas a essência de alguma forma se vai.  Não estarão disponíveis aos olhos, ao toque de minhas mãos. É como ter empacotado roupas para sentir teu cheiro por mais tempo. Elas ficam ensacadas, e eu também dentro de mim, sem você do meu lado de fora.

Ficam as lembranças mas de alguma forma o peso também precisa sair. Você não pode ser pesado, sua ausência sim, sera sempre, mas você não.

Como posso não perceber que me quer bem, não porque sofra com meu sofrimento ou ande preocupado com minha dor, afinal que filho que foi o filho que você foi, não sentiria isso tudo, mas me cansei de debater diante da dor, porque ela não vai desistir de doer, é como desistir de mim, e não posso por você, por nós.

Agora vejo uma mãe num programa de tv, falando dos 22 anos sem o filho único, famoso cantor vitimado nos anos 90.    E ela diz que cada carinho que recebe das pessoas sente como se fosse o carinho de seu filho.

Pois é filho, ainda sinto seu carinho, preciso sentir e buscar sua leveza de encarara vida, uma leveza em mim.

"Não pode ver que no meu mundo
Um troço qualquer morreu
Num corte lento e profundo
Entre você e eu

O nosso amor a gente inventa"

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