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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

TALVEZ ANJOS NÃO VIAJEM DE AVIÃO.

Eu me sinto como se estivesse em um aeroporto, esperando uma pessoa muito amada e especial que não vejo há 05 meses, mas que parece que tem muitos longos anos, porque simplesmente você vivia com essa pessoa, fazia tudo com ela, e essa distancia é muito sentida e intensificada.

Imagino todas as emoções ali bem latentes, as pessoas esperando ou se despedindo.  Sempre relacionei aeroporto com coisas boas, nunca ruins, mesmo quando eu viajava para ficar longo tempo distante da família, eu sempre via aquilo como uma oportunidade de melhora, uma oportunidade de crescimento.

Nunca precisei fazer uma viagem de avião para resolver coisa ruim, mesmo quando há 02 anos fomos visitar minha madrinha na UTI em Juiz de Fora, não imaginava que ia acontecer nada de ruim, e ela teve alta, no segundo dia de nossa estada.

Para mim, a expectativa é bem parecida a de esperar nosso amado chegar, aquela porta se abrir, nos procurarmos entre olhares, nossos olhares se cruzarem, e de repente aquele sorriso inundar e iluminar o rosto, a lagrima da saudade doce molhar a tez, o abraço apertado do reencontro impedir o afastamento,  e o beijo demorado, cheio de amor e saudade selar a paz no coração. 


Então  o pulsar de novas emoções tomam conta da situação, as novas experiencias, o colocar tudo em dia, o que fez, por onde andou, o que errou e o que acertou, a quem ajudou, em que melhorou, o que mudou o entendimento, a nova piada, o jeito novo de se vestir, o novo corte de cabelo, o mesmo cheiro, o mesmo jeito, a mesma risada.

Coisas que vão se agregando no trajeto de casa, porque casa, é o lugar para onde voltamos. E no meio da conversa, as vezes comentários do tipo: Ah! que bom que você voltou, ou nem acredito que você está aqui, foi tão demorado isso  tudo, sentimos tanto sua falta, e aí falamos um pouco de nós que ficamos...e tem lençol cheiroso na cama, comida que mais gosta esperando no fogão, de repente a família toda reunida para comemorar...Na minha família, sempre rola também uma entrega de presentes, de lembrancinhas que trazemos uns para os outros.  Rafael sempre trouxe...fez isso quando foi a Sampa a primeira vez, fez isso de Cancun, fez isso na ultima viagem a Fortaleza...ele incorporou muito bem muitos de nossos costumes. E tinha um bom gosto...trazia tudo muito a cara de todo mundo, ah, com o dinheiro dele, da parte dele disponível para gastar, as vezes pedia ajuda, mas geralmente sabia se virar e ficar bem com todo mundo.

Mas me imagino no aeroporto, sem nada disso.

Espero no saguão a toa. Vejo todas as pessoas ao meu redor receber ou embarcar parentes de viagens curtas, e sempre o sorriso estampado no rosto, e eu, ficando na expectativa. Toda vez que a porta se abre, eu espero cruzar com o seu olhar.  Mas meu amado não chega.

De repente, sem nenhuma explicação plausível ou que seja entendível para o meu coração, e confesso que muitas vezes até minha mente fica sufocada para compreender esse processo, que meu coração teima a negar.  Percebo que o voo que eu espero sumiu, não fará escala no meu aeroporto, e não faço ideia de quando verei meu amado novamente.  O avião sumiu e junto com ele, todos os meus sonhos.

Talvez anjos não viajem de avião.

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