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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SEM AR

Voltamos do Saco no domingo, dia 02/10, desta vez não dei uma volta na casa como sempre faço depois que você se foi e choro sozinha sem que ninguém veja, não chorei vendo a piscina, não olhei nosso quarto. alias já tirei tudo do nosso quarto, nossas roupas, nossas necessaires, nossas roupas de cama, nossa Bíblia e nosso porta retrato, lá só deixei o morey seu e de Tico, que agora é de Gui.

Imaginei a homenagem ali no campo, sonhei um pouco com isso, revivi, nos finitos minutos de silencio, tudo que vivemos ali, nossos primeiros banhos, nossa primeira descida nas dunas, nosso jantar no pode chamar, os cachorros da casa alugada, hoje nosso terreno, meu e seu mesmo, o dia do hotel e seu show para dormir sem tv, nossas brincadeiras, todos os seus aniversários, o fusca sendo lavado, o bugre e Lúcia no meio...nossas competições na piscina de nado sincronizado, tudo foi sendo rememorizado.

Sei que você foi feliz lá, também sei que levou muito castigo, e que quando eu ia você não gostava muito, tanto pelas possíveis brigas do estraga prazer, quanto dos limites e horários que você era imposto, sempre era melhor estar com seu avô, com ele tudo podia, ele te entendia e era companheiro de todas as horas, o vi ali na piscina com boris, meus olhos encheram de saudade, você ia curtir tanto.

Lembrei das mangas, das guerras de ovo, de você fazendo birra para que eu fizesse seu prato, de insistir com Rafa Bispo e Gabriel para comer, as vezes até com Tico, sinto falta de vocês ali na rede jogando conversa fora, ou de ficar gritando na rua para você voltar de Raimunda, porque seu celular não atendia.

Engraçado, eu sempre achei que minha relação com água nunca mais seria a mesma, porque meu pai morreu na praia, e com você  aos poucos fui superando isso, adoro mar, mas não esqueço que perdi meu pai em um, não te perdi no mar, mas de novo a ideia de praia ronda minha vida, se o Saco não fosse praia, se não tivesse piscina, talvez você não tivesse gostado tanto, se o Saco tivesse sido como foi Simão Dias, só um a chuva de verão. Na verdade filho, tudo hoje é muito confuso para mim, não sei o que pensar, nem o que deixar de pensar, é difícil levantar a cabeça e continuar, como as pessoas falam, a sua missão acabou e a minha não, só me sinto sem ar, não sei onde esta minha missão, achei que ela de alguma forma estaria entrelaçada a vida inteira na sua.

As vezes preciso buscar ar e não consigo, não encontro, a vontade de desistir é constante, é como o sono da tarde que nao descansa e não faz com que o sono da noite chegue mais tarde, apenas nos deixa mais enfadados, é assim que me sinto enfadada, de tudo, de todos...


No retorno do Saco ouço nossa canção, comento sobre ela, meus olhos se enchem de dor e de lagrimas, canto internamente e descubro que o que esta dentro de mim, sempre esteve, desde o dia 23/05, quando me esforço para buscar ar...e me encho de dor e vazio. Nem fazia ideia de que o vazio pode encher uma vida, pois ele transborda a minha.



Meus pés não tocam mais o chão
Meus olhos não vêem a minha direção
Da minha boca saem coisas sem sentido
Você era o meu farol e hoje estou perdido
O sofrimento vem à noite sem pudor
Somente o sono ameniza a minha dor
Mas e depois? E quando o dia clarear?
Quero viver do teu sorriso, teu olhar
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar
Perdi o jogo, e tive que te ver partir
E a minha alma, sem motivo pra existir
Já não suporto esse vazio quero me entregar
Ter você pra nunca mais nos separar
Você é o encaixe perfeito do meu coração
O teu sorriso é chama da minha paixão
Mas é fria a madrugada sem você aqui,
Só com você no pensamento
Eu corro pro mar para não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito, é mais que uma emoção
Esqueci do meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz
Meu ar, meu chão é você
Mesmo quando fecho os olhos
Posso te ver
Eu corro pro mar pra não lembrar você
E o vento me traz o que eu quero esquecer
Entre os soluços do meu choro eu tento te explicar
Nos teus braços é o meu lugar
Contemplando as estrelas, minha solidão
Aperta forte o peito é mais que uma emoção
Esqueci o meu orgulho pra você voltar
Permaneço sem amor, sem luz, sem ar

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