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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

LAGRIMAS SERÃO RECOLHIDAS

Hoje sai de casa pela manha e entre outras coisas queria comprar a dobradiça para finalmente consertar seu guarda-roupa.  Entendi seus motivos e minhas inúmeras tentativas de coloca-lo no lugar, você sempre me convencia de que deveria estar daquela forma, mas não precisamos mais lembrar disso filho.  Todo tipo de violência e constrangimento passou, restou eu e nossas lembranças.  E quero lembrar de nossas casa como sempre foi.

Comprei as dobradiças, pensei em lanchar na lanchonete do calçadão onde sempre lanchávamos, não consegui, então segui e fui na loja das amigas de sua avó da igreja. Para preservar não direi os nomes, mas você as conhecia, compramos nosso tapete musical de natal lá, lembra?  Também fiz você trazer comigo um vaso enorme com umas flores tropicais que eu fiz para colocar na sala do Ed. Del Rey, lembrou?

Pois é enquanto conversávamos sobre o Poder Restaurador de Deus, e obviamente eu chorava, chorava a minha dor, a dor de Neide (Mãe de Rafa Bispo, 17 anos) e a dor de Márcia, uma mãe que conheci na estrada da dor, uma mãe que aprendi a amar pela força que tem demonstrado ter ao longo destes 10 meses sem seu filho, também de 17 anos, me cortava o coração.  Chorava e pensava em quantas vezes nestes dias, conhecendo ou não a palavra de Deus, nos rendemos a mais profunda tristeza e desespero.

Choramos, sei todos os dias, choramos por nossos filhos, choramos por outras mães que perderam filhos depois de nós, é como se naturalmente fizéssemos parte de uma irmandade, das mães que choram pelos filhos que foram chamados por Deus. Penso sempre que quando perdemos um filho para Deus, e não os perdemos para as drogas, para as bebidas, para a vagabundagem ou para co crime, quando perdemos para Deus, esse pode ser nosso maior consolo, a historinha que as vezes me irrita: Deus deu Deu tomou, mas é verdade, nós cremos.

Na nossa conversa ela me deu um folheto que falava sobre que Deus enxugara toda a lagrima, e o folheto continha uma historia bem profunda relacionada ao que enfrentamos hoje:


"Em algumas localidades da Pérsia, as pessoas dão grande valor às lágrimas. Acreditam que elas possuem virtudes curativas.  Nos velórios, são oferecidas esponjas aos presentes para que estes enxuguem suas lágrimas.  À saída, as esponjas são recolhidas, e o seu conteúdo, cuidadosamente guardado.  é comum haver nas câmaras-ardentes avisos como este: Não esqueça de entregar suas lágrimas. " (Folheto CPAD- Deixe suas lágrimas ao sair)

Percebo uma semelhança entre o que me foi presenteado hoje e o que a palavra do Senhor fala sobre as lágrimas.  Sei que não estou semeando em lágrimas, nem tenho a pretensão de colher nada neste momento de minha vida, é como se não tivesse lugar para alegria, não cabe em minha vida agora o olhar para outra coisa que não seja a minha dor.  Confesso que muitas vezes tem sido difícil olhar a dor dos outros, ou ter um pouco de esperança de que a alegria vem pela manha.  Na verdade, até olhar para Deus as vezes minhas lágrimas me impedem de vê-lo, de tão absorta que fico neste processo, enlutada.


Uma coisa eu sinto e isso me traz um pouco de expectativa, pois apesar disso tudo eu tenho esperança de que um dia isso findará, como findou para Rafa, e como acredito na palavra de Deus, Ele pedirá minha esponjinha e recolherá minhas lágrimas.

“E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”.(Ap 21:4) 

“Eis que eu sou o Senhor, o Deus de toda a carne; acaso haveria alguma coisa demasiado difícil para mim? (Jr 32:27)” Permitamos que o nosso Senhor enxugue nossas lágrimas hoje.





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