Total de visualizações de página

quinta-feira, 2 de junho de 2011

QUANDO O PONTO DE VISTA É SO MAIS UM PONTO DE VISTA

Nós crescemos imaginando que tudo tem um processo natural e evolutivo.  E educamos nossos filhos assim. É difícil imaginar que o depois pode ser agora e o fim pode ser um começo, ou ainda, que o que acabou de começar já é fim. Confuso, não? E hoje eu me pergunto, como pode pais morrerem depois dos filhos? Como pode filhos não se tornarem pais e morrerem sendo filhos, apenas e inclusive.  Até agora não consigo responder.  

Fico pensando nos minutos e horas em que gastamos imaginando e planejando como seria nossa descendência, como os apoiaria e sonhando nos questionamos sobre vários aspectos:  para que prestaria vestibular, e como seria a carreira? Onde seria o primeiro emprego? E será que os sonhos da carreira enquanto era adolescente se cumpririam? Casaria com quem, e quantos netos nos daria? Moraria em casa ou apartamento? Qual seria o tipo de carro? Qual seria a raça do cachorro? Será que teria um cachorro? Tiraria da cabeça a idéia de ter uma moto? Quando assumiria de vez o chamado de Deus?  Os seus melhores amigos seriam aqueles mesmos que freqüentavam a nossa casa  e estavam presentes nos últimos 12 ou 14 aniversários? Para onde seria o destino de suas primeiras férias custeadas com o próprio dinheiro? Que tipo de trabalho desenvolveria para melhorar a vida e o mundo das pessoas que não tiveram oportunidade? Onde comemoraria os próximos aniversários? E quando fizesse 18 anos de quem era o pedaço do bolo, ou com quem dividiria os sonhos daquele dia? E com trinta anos, o que estaria fazendo? E que tipo de sogra eu me tornaria? E quando perdesse alguém importante como ele reagiria?

Quando todas essas respostas não puderem ser respondidas porque simplesmente, os filhos morreram primeiro que os pais, o que fazer?

Parece simples não poder responder e imagino até que, conseqüentemente, racional seria usar qualquer desculpa para achar natural essa inversão de ordem, pelo menos da nossa ordem. Seria só uma questão de ponto de vista, era o seu ponto de vista.


Acho que aqui seu ponto de vista passa a ser outro, senão vejamos: Você se imagina perdendo seu filho antes dele te responder qualquer uma das indagações acima? Eu também não! 

Mas perdi, há 10 dias. E hoje busco histórias no meu íntimo para ninar a dor...cantigas e histórias para ninar uma mãe, a mãe de Rafael, eterno Xeberel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário