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segunda-feira, 6 de junho de 2011

EU QUERIA QUE O DIA TIVESSE MENOS HORAS OU QUE NÃO EXISTISSEM RELÓGIOS, OU COISAS QUE MARCASSEM O TEMPO.

Há algum tempo atrás eu queria que os dias tivessem mais horas e se alongassem pela noite, e que a noite também fosse duplicada para que eu pudesse fazer tudo que tinha que caber num dia.
Eram tantas tarefas e tantos papéis que era comum só me deitar uma ou duas da manhã, isso quando ainda o corpo pedia cama mas a cabeça ainda estava funcionando a 80 km por hora e precisava de um tempo de desaceleração até o sono chegar.

Era comum o dia acabar e tarefas ainda por fazer. Era comum inventar coisas na cozinha e enveredar pela madrugada,ou ficar pesquisando alguma coisa para as aulas, ou ficar conversando ou discutindo mesmo ate altas horas, ou ficar arrumando alguma gaveta, ou porta de armário, ou vendo um filme, mas sempre fazendo alguma coisa.

Hoje, eu consigo não fazer nada e achar o dia tão comprido e mesmo assim, ficar horas a fio com os pensamentos em você. Não importa se dia ou noite, pensando o tempo todo em você, olhando uma foto, ou suas coisas, e imaginando como seria se?

São tantos se....tantos como?....ou  porquês? ou senão...

As vezes consigo preencher tudo isso com as palavras do Senhor e Suas promessas, as vezes o espírito sucumbe à carne, e a dor não só fala mais alto, como grita seu nome e ele ecoa em todo meu corpo.  As vezes quero me preencher e consigo, na força de Deus, me encher daquilo que pode me dar esperança...em outras, suplico a misericórdia Dele e uma pitada de desmemoriação para passar pelas horas do dia.

Tem horas que tudo é alegre na lembrança, seus comentários, suas risadas, suas resenhas, em outras, a falta de tudo isso dilacera meu coração. É angustiante tentar me confortar nestes momentos, nada do que eu pense ou fale diminui o peso da horas marcando o tempo de sua ausência.

E eu comprei tantos relógios, se soubesse, não queria nenhum, cheguei a escolher o que você me deu no dia das mães, ironia, não!  Esse ano nos apegamos a relógios.

Desde sua ausência não tiro o seu do meu braço. Só o seu que para mim não tem a função de marcar o tempo sem você. É como se você me pegasse pelo pulso e me ensinasse a andar sem você, e eu, insegura, sem querer aprender.  É como se você me dissesse, - ei mãe não tema, vai dar tudo certo, confie em Deus, Ele está no controle, você não me ensinou isso? E eu ficasse petrificada...paralisada...você aprendeu e tem me chamado para a nova realidade.

Eu só queria que ela - a nova realidade - não tivesse tempo, não marcasse horas, e que os relógios daqui para frente fossem só um cajado que me levassem a você.

Saudades, sua mãe.

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