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sábado, 4 de junho de 2011

ONTEM NÃO QUIS SER TIA, QUERIA SER MÃE.

Quando se tem filho adolescente é comum a gente vira e mexe adotar alguns sobrinhos.  Aqueles que saem do colégio e passam rapidamente em sua casa. Aqueles que quando telefonam e você diz que seu filho não está em casa e eles deixam o recado te chamando de Tia. Aqueles que você é apresentada na rua, no shopping, na porta de uma festinha, em algum evento do colégio. Aqueles que aparecem na casa de praia. Aqueles que você vai pegar em casa para levar para algum lugar e nunca mais vê.

Mas tem aqueles, que freqüentam tanto a vida do seu filho, que sua casa passa a ser um pouco deles também. Estou falando daqueles que você não precisa incrementar o almoço, mas se puder fazer o que eles gostam e tirar o que não gostam da mesa, o faz com naturalidade; daqueles que não se precisa arrumar as almofadas do sofá; daqueles que se o tempo for passando você não fica constrangida em que ele fique para dormir; daqueles que voce chega em casa e sem avisar eles estão lá, com o som na maior altura e rindo e zoando, daqueles que chegam a ter roupa e  toalha em sua casa. Estou falando de amigos que são como irmãos para seu filho.

Meu filho tinha muitos amigos, mas tinha dois amigos assim, irmãos!

Amigos que você compartilha o crescimento. Amigos que você vai para reunião da escola para resolver os problemas, escutar os professores e quando eles falam, colocam os amigos e seu filho como se fossem do mesmo clã. Amigos que quando você precisa dar bronca, porque reprovaram ou não estudaram ou conversam muito na escola, pode fazer extensivamente. Amigos que vão conquistando novas oportunidades e desenvolvendo novos comportamentos, dirigir, primeira namorada, indecisão para vestibular, primeiras brigas sérias, e você acompanha, compartilha e pode estar aconselhando.  

Imagino que as outras mães e pais também façam e sintam a mesma coisa com seu filho, e ele também seja um sobrinho querido.  E que muitas vezes tenha compartilhado valores daquelas casas, tenha sido arrumado, penteado, hidratado cabelo para algumas festas, tenha usado roupa emprestada, tenha dado carona numa direção contrária a que eles moram. Tenha dado prejuízo na mesa. Tenha adotado os irmãos de sangue, como seus irmãos caçulas ou mais velho.  Tenha tido momentos especiais com os pais dos amigos. E o aniversário das mães dos amigos do seu filho, passam a fazer parte do calendário dele. Meu filho também teve muitas tias e tios, e quatro especiais, os pais dos amigos mais que irmãos.

O que eu não sabia era que quando os amigos de seu filho, sofrem pela ausência dele, seu coração sofre como se fosse seu filho sofrendo ali, ao vivo e a cores. E quem aguenta ver um filho sofrendo por uma coisa que não tem solução, conforto, consolo ou que passe instantaneamente aquele momento e cure a dor? Você já viveu isso? Eu vivi ontem.

Vi no choro incontido, nas palavras sem esperança, na dor expressada por um sobrinho desses que falei, que virou irmão de meu filho, uma série de perguntas sem respostas e uma aflição pela perda, e naquele momento eu só queria abraçá-lo, consolá-lo,  beijá-lo e tê-lo no colo, e por um momento não quis ser tia...queria ser novamente mãe. 

Amo voces Gui e Tico e obrigado pela amizade que valeu toda a vida de meu Xeberel.

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