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sexta-feira, 24 de junho de 2011

AREJAR O QUARTO E O CORAÇAO

Tenho sentido necessidade de ventilar um pouco a vida. De ficar de frente para o mar, num dia muito chuvoso com uma ventania muito forte daquelas que deixam o mar revolto, daquele dia bem cinza, bem feio, daqueles que ninguém tem vontade de sair de casa. Eu quero, eu tenho.

Quero ficar de peito aberto recebendo toda a ressaca do mar, toda a chuva que pudesse me lavar, todo o vento que pudesse me separar da vida que vivo hoje.  Queria esquecer disso tudo, queria esquecer você.


Queria conseguir abrir a porta de seu quarto e agir normalmente. Nao consigo e mantenho fechada como forma de preservar as coisas, as vezes queria que um vendaval entrasse, e um redemoinho levasse tudo que hoje é saudade e dor. Queria esquecer, apesar de dizer logo na primeira semana que foi tão incrível conviver com você, que suportaria toda essa dor por mais um dia ao seu lado.  Hoje eu não sei, dói tanto que talvez não ter te conhecido. Sei que não seria eu, mas também não seria eu sem você, e agora eu não sei o que é pior: não ter te tido ou ter te perdido, entende?

Como posso desejar esquecer você? Como posso querer me livrar disso tudo? Como posso querer que a chuva, ou o mar ou o vento me separe de você, de nossas lembranças, de nossa vida compartilhada, de nosso mundo?

Nem eu pensei que pudesse desejar isso, me livrar disso tudo. Talvez esse sentimento venha por conta da insuportabilidade de conviver com o passado num presente em que você não está, e num futuro que não tenho vontade de esperar chegar.


Saudades do que eu era quando estava contigo. Amo voce. Saudades do que voce me fazia sentir, pensar e fazer. Ai filho, saudades de você. Eu abro as portas do quarto e do coração, mas não deixo o ar entrar, porque nada pode ocupar o seu lugar...

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