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quinta-feira, 30 de junho de 2011

AOS SEUS CUIDADOS

Para muitos pais, determinados comportamentos são inadmissíveis, geram uma confusao familiar e um choque de geração muito grande. Parece que por mais que estivessemos habituados as mudanças de comportamento e valores de geração, os filhos do seculo xxi e os adolescentes deste seculo sempre tinham algo para nos surpreender.  Eu fui uma mãe que foi crescendo junto com um adolescente do seculo xxi.

As primeiras diferenças referiam-se a forma como eles lidavam com a tecnologia. Nós presos aos manuais, ao modus operandi, as tentativas de ensaio e erro mais condicionadas ou ao famoso chama o homem (do telefone, do computador, da internet, da tv a cabo, da assistência técnica, etc).  Eles, antes de conhecer o equipamento, eles ja sabem para que servem, conhecem a ultima versão para o download,  não só entendem como podemos utiliza-lo como também sobre seu funcionamento.


Muitas vezes não conseguia entender como são capazes de escutar musica, alta, falar no msn, mexer no computador e fazer tarefas escolares.  Como foi difícil perceber - embora tao próxima a diferença entre as idades, afinal (e para resenha de Rafael, que tirava a maior onda comigo) ainda não era, e não sou, nenhuma anciã - que as habilidades que esta geração desenvolveu são diferentes das nossas habilidades e muito mais distintas que  as habilidades de nossos pais, seus avós.


Em algumas vezes incompreendia a troca do dia pela noite, eles acordam meio como zumbi para ir a escola, praticamente dormiam em pé, fui professora de faculdade pela manha e via a dificuldade em das aulas e manter a turma ativa nos primeiros horários da manha, imagina com os adolescentes. Então eu os via entrando nos colégios meio sonados, chegavam em casa, comiam furiosamente e dormiam a tarde inteira e só no fim da tarde faziam as tarefas, obviamente plugados no computador, e os dedinhos nervosos teclavam os orkuts, twitter e msn da vida até altas horas.


Essas diferenças de valores entre as gerações, traz novos comportamentos e uma proximidade maior entre pais e filhos, é o que penso. Por exemplo, quando eu era adolescente, não era comum ser ouvida sobre qual o carro que devíamos comprar, ou que marca do vídeo cassete de 04 ou 06 cabeças, ou se o filme da maquina era melhor dessa ou daquela marca,etc.  Hoje, perguntamos aos filhos, porque eles estão super antenados com o desempenho, o custo beneficio, a velocidade, o consumo de energia das coisas, etc.  Quando se tem um adolescente desse jeito em casa, podemos dizer que temos um faz tudo...de tudo entende um pouco.


Meu filho era assim. Ele resolvia tudo para mim, ele entendia, senão...também opinava, eu me sentia segura quando íamos contratar um serviço ou comprar um produto e podíamos contar com sua opinião e ajuda.  Para muitas coisas eu ja estava completamente analfabyte (sem conhecimento tecnológico).  Eu tenho sentido falta de tudo...e principalmente daquilo que essa geração não perdeu com o acesso a tecnologia, o cuidado e o carinho. Eles expressam o que sentem de forma clara, eles falam e demonstram suas afinidades e falam de forma aberta sobre as coisas do coração.


Rafa era assim.  Falava o que sentia, na verdade, falava com os olhos e segurava as maiores ondas para manter um amigo bem, ou alguém que amava.  Acho que  ninguém que ele gostaria de ter dito que era importante e que amava ficou sem ouvir isso dele. Rafa aproveitava as oportunidades e expressava o que sentia, era diferente, educado, atencioso, sincero, direto, mas era um adolescente. Bem crescido, as vezes tão adulto que quando errava com erros previsíveis de adolescentes eu ficava surpresa, pois eu tinha uma pessoa madura e experiente num corpo de menino.  Como tem sido difícil viver sem seus cuidados e sem conviver com você. Amo voce.

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