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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

VAMOS FUGIR BABY

Mãe? Que você tem? Quer que eu vá na farmácia? Dessa vez não te ouvi filho... Fui a farmácia ao medico, passei o fim de semana de molho e entre uma febre e outra, ouvia você me cuidando... você cuidava mesmo.  Deus há tinha tudo planejado e mesmo assim, cumpriu tudo... não adiantou ter orado. Fico pensando em Suas palavras sobre o poder da oração e também penso em você filho, de quando você me mandava orar...está tão difícil filho.

Penso besteiras a todo instante. Na verdade se não penso em você, só penso besteira.  Fico imaginando milhões de formulas de sair deste buraco, todas sem sucesso.  Tenho pensado muito em ir embora, acho que essa historia de fracasso por onde andei e fiz precisa terminar, tenho que descobrir qual é o meu papel mesmo, descobrir que vermezinho de jacó eu sou, e quem sabe assim achar esse sentido.  Não sei por onde andar, para onde olhar, em que direção, qual o ritmo, etc. Estou cansada também de ficar doente, cada mês uma coisa diferente...to de saco cheio de tudo e de todos.

Desse bla, bla,bla que não vai passar, dessa necessidade das pessoas de falarem e fazerem analises ao meu respeito  e me calarem porque não estão dispostos a me ouvirem e de se fazerem invisíveis ou de me fazerem invisíveis. As pessoas não tem tempo para nada, mas quando precisavam do nosso tempo...deixa para lá. Descobri que minha dor incomoda, minhas lagrimas são mesmice, chatice e repetição. Minhas camisas, um jeito de chamar atenção. Quero virar lenda numa cidade desconhecida, onde os estranhos apontem e digam o que quiserem, é mais fácil que conviver com meus pares que me conhecem e falam sem saber, não fazem ideia do que é este processo, nem se aproximam dele...abaixo o sofrimento vivamos o momento, alegria passageira do consumismo e das relações virtuais e efêmeras.  Abaixo o olho no olho, o ouvir sem julgar o estar junto e brigar junto, caramba eu tinha isso, Rafa era isso e eu não tenho mais...e  tá difícil me conformar e seguir sem ele;


Eu acho que se eu não escrevesse já tinha surtado ou morrido, pois sei que tristeza mata, as vezes acho que matei Nárnia de tristeza, mas disseram que foi vírus sinto falta dela.  Ainda abro a geladeira tomando cuidado para que ela não venha para a porta aí me dou conta que Deus quer me tratar nesta solidão, tenho vontade ajuda-lo e ir para um lugar diferente começar de novo lá, trabalho-casa-igreja sem falar de mim, sem precisar dizer quem sou (nem sei quem sou hoje) ou quem fui, sei lá, passar os dias em meditação apenas e simplesmente, e quando me cansar do ostracismo de repente entrar numa sala de bate-papo (nunca fiz isso) e fingir como a maioria das pessoas fazem.

Eu sempre disse que é melhor estar só do que com quem você acredita que largara o barco no meio do furacão e tinha a técnica de dominar o mar e não o quis, to chegando a conclusão que Deus fez isso comigo...me largou no meio do furacão.  Cada dia dói mais profundo, cada dia machuca mais fundo, cada dia me sinto mais impotente, cada dia me sinto mais só, cada dia descubro uma coisa que perdi junto com Rafa, esses dias o cuidado dele quando eu ficava mal. As vezes ele fazia lanche para ele e me trazia também, ou levava meu celular e atendia as ligações ou fechava o quarto inteiro e me punha para dormir tomando conta dos horários para ir da aula ou voltar para o trabalho.  Quando era cólica, ele sabia  que eu sempre comia doce nesse período, ele sempre mexia um brigadeiro e me dava metade, porque afora esse período ele comia todo sozinho, só achávamos a panela na pia, mas se eu estivesse doente ele cuidava e uma hora ia lá e limpava.

Nós dois juntos eramos bem felizes e bacana a parceria, os gostos, as cumplicidades...sinto falta, muita, muita...talvez isso que mais me consome lenta e sutilmente...nossa parceria, nossos segredos, nossas confidencias, tudo hoje atado a minha tristeza. Queria chorar em seu colo, outra vez e outra vez e outra vez e mostrar que eu não sou tao forte como ele achava que eu era e chama-lo para fugir...desse lugar baby, para outro lugar qualquer...desde que eu pudesse ficar doente e saber que podia contar com ele, e para todo o resto também.


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