Total de visualizações de página

domingo, 20 de novembro de 2011

QUERIA QUE ELE ESTIVESSE AQUI.

Não vejo a hora que ele acabe...sei que não vai mudar nada, mas se eu pudesse e tivesse opção abria mão de tudo que vivi para não ter passado por este ano.  Não consigo contar as bençãos, e sei que tive muitas, mas meu coração encerra o ano amargurado, magoado, ferido, cortado, arrasado.

Será que a unica forma que temos de aprender é com sofrimento mesmo? Sera que não poderia ter o plano B para que passássemos por este ano, sem tantas feridas, sem tantas porradas?  Aquele negocio de que quem faz aqui paga aqui, tá doendo muito, será que o preço pago é o devido? Que amor é esse que salva e liberta, e ao mesmo tempo, provoca a morte?   Tem dias que fico assim, completamente zonza, e sem norte para pensar.

Saí de casa para acompanhar um casal de amigos, a famosa doidinha de Rafa, que acabou de perder seu pai, hoje pela manha, e eu não podia deixar de estar com ela, mesmo sem sentir meu corpo e sem ter controle sobre minhas emoções, que desde sexta, pela quantidade de medicamento, não me sentia muito próxima do corpo, era como se eu não estivesse no meu corpo, como se eu pairasse no ar, sei lá, coisa de maluco.

Mais uma vez a morte, e mais uma vez o luto.  Uma família perde seu cabeça, cinco filhos ficam sem pai, uma mulher sem marido, uma mãe sem filho, uns irmãos sem irmão.  Eu olhava aquelas três crianças e pensava, vocês nem sabem o que vem pela frente, a porrada que a vida tem preparada, e tentava pedir a Deus para cuidar deles, fiquei com a mais nova no colo, 07 anos, meu Deus, sem um pai que ela cuidava, controlava a hora dos remédios, pegava os remédios e tomava conta dele.  Eu olhava para ela e questionei sobre se ela sabia, quem tinha falado, tentei fazer com que ela falasse, com que desabafasse, e dentro de mim, eu voltei a 26 anos atrás.

Fiquei o dia mexida, via minha amiga ali, passando por tudo aquilo. Seu marido, que também há menos de um ano perdeu seu pai, e que falei no blog do dia dos pais sobre ele, pois era o primeiro dia dos pais dele sem o pai querido, e não consegui dizer a ela nenhuma das palavras bonitas que me disseram, nem busquei conforto na Palavra para ministra-la, tentei ser companhia e ser pratica apenas...mas não consegui dizer nada, porque sei que nada conforta nesta hora, talvez não estar sozinha, não se sentir sozinha seja uma coisa importante a ser feita nestes dias.

A gente foi discutindo sobre a lei da causa e consequência e acho que isso não deve valer para o plano espiritual, acho que Deus é misericordioso demais e poupa muita gente de muitas coisas, eu nem consigo trilhar uma linha de pensamento a esse respeito, eu só queria dizer que alem de tudo, 2011 foi o pior ano de minha vida...em todas as áreas.  E sinceramente, não espero mais nada da vida... medíocre e sem graça.

Depois de toda a assistência limitada que prestei, fui na casa da Cora dar um beijo em Rafa, e ele me perguntou, apesar de ter brincado com o meu Rafa muitas vezes, se eu tinha filho. Respondi: Tive e a voz embargou e as lagrimas caíram sem controle, não falei nada, e ele completou: tia eu não queria que ele tivesse morrido, queria ele aqui, mas quando você for para o céu encontrar com ele, dê um beijo nele por mim...

Queria poder fazer isso agora Rafa, dar o beijo que você pediu...e todos os zilhões de beijos que guardei desde que o meu Rafa partiu.

Pus para fora tudo que estava trancado, a caminho de casa, mesmo eu não tendo a pouca idade de Rafa de Cora, era o que eu queria ter dito a doidinha, queria que seu pai tivesse aqui...


Nenhum comentário:

Postar um comentário