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sábado, 19 de novembro de 2011

RECAIDA

Tive uma recaída muito forte, ter ficado com os colegas de turma e todo o colégio por quase 06 horas ontem me deu uma serie de emoções com as quais eu não precisava lidar tinha um bom tempo, e ao mesmo tempo que foi muito bom, em muitos momentos me sentia leve, sem o peso da morte, mas hoje, com esse vazio, noite em claro e apenas fotos enchendo a casa...recaí.

Talvez recaída faça parte do resto de minha vida. Converso com outras mães, Neide de Rafa, Márcia de Teteu,  a mãe da Vantajosa e seus dois filhos, e todas fazem uma leitura do tempo muito parecida com a minha, a mãe de Dani, Andréa, que acabou de perder o pai e ontem desabafa um pouco comigo, falava dos remédios e da depressão. No nosso caso, o tempo cada vez que passa marca com uma dor mais forte, é avassalador, a cada dia mais saudade. Por isso principalmente nesses momentos que ainda não conseguimos lidar direito com as emoções,  nem sei se um dia saberemos lidar com isso, recaídas são aceitáveis, e viver as situações é se jogar de cara a estas recaídas...decidi que mesmo que doam e machuquem, prefiro pagar o preço da dor e lembrar dele junto com outras pessoas, ouvir dos outros a falta, o carinho, etc, do que me anestesiar e sofrer por não ter tentado.

Tentei ontem, hoje recaí. Um aperto toda a madrugada e muito choro ao ver que tudo acabou. Hoje sábado...outro sem ele. Vejo suas fotos na parede de mural, e misturadas a emoção de ontem, como me conter e não explodir com sua ausência, com a dor que ela causa, com o vazio que toma conta de minha vida, e com a falta que ele me tem feito.  

Tudo ontem machucava: a alegria sem você, Mirabel com Felipe, Andréa com Dani, Salete com Tico, Kleber com Luana e eu sem você. Os meninos resenhando, dançando, pulando na piscina, passando sufoco no "carro de açúcar", como você o chamava - que fiz questão de participar para de alguma forma contribuir com eles por você, por eles, e eles aguentaram firmes 04 horas naquele calor e aperto - desfilando...em tudo que acontecia eu imaginava você participando, se virando, zoando, querendo estar em todos os lugares ao mesmo tempo, bem do seu jeito, liderando e querendo dar jeito em tudo, reclamando quando era desclassificado, irritando para ganhar os pontinhos, não se dando por vencido para perder e competitivo como era, ontem tudo era muito você.

Hoje tudo doía no fundo da alma...não quero estar só te representando sabe? Queria você participando de tudo... e hoje, sábado, nosso dia, tudo dói mais fundo, cala na alma, fica mais dolorido olhar em volta e não te encontrar, se quiser tem um pouco de você, tenho que olhar para dentro de mim, hoje nada em minha volta me faz sentir como ontem, hoje só as marcas de ontem me enchem de saudade e dor.

Provavelmente hoje também doa mais em sua Tia, que vai para o Odonto e sonhou em te levar, achava que esse ano você me convenceria a deixa-lo ir, afinal ela iria, estava emancipado, todos os tios estarão lá...e teria tudo que você queria ver, alegria contagiante, festa descolada e DVD do Rojão Diferente gravado ao vivo.  Mas você...

Meu consolo nestas horas é pensar e me convencer que você está melhor do que nós.  Mas nem sempre é fácil adotar essa postura, pois mais uma coisa em que você adoraria participar e não estara aqui...sei que vai doer nela, como já dói em mim, nos dar conta num mundo de alegria aparente que o mundo só pára para aqueles que sofrem por saudade...Nosso mundo hoje está parado, recaída nos faz perceber o quanto celebrar a vida sem você não tem feito sentido.


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