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sábado, 24 de setembro de 2011

CORRER RISCOS

Riscos, viver a vida é corre-los. Correr riscos e correr dos riscos.  Alguns muito bem definidos, outros, que nos surpreendem nas esquinas da vida, e no meu caso, nas retas da estrada.

Cada semana que antecede ao dia 23 eu percebo que tenho uma dificuldade natural de correr riscos, e para viver precisamos corre-los, mas nestes dias fico paralisada, esperando esse período passar, clamando para que passe porque juntos com todas as lembranças e a angustia que elas trazem, vem também o medo de correr riscos.

Não consigo entender ou decifrar porque ficamos assim, porque mesmo crendo em vida eterna e num Deus fiel que tudo pode, e que ainda não é o fim definitivo de tudo, a semana do dia 23 é amarguradamente difícil de ultrapassa-la. Na verdade os dois dias que antecedem e sucedem o dia 23, e o próprio dia 23, é um soco no estomago.  São dias que se eu pudesse passaria dormindo sem acordar para nada, mas esse também é um risco que não corro, ainda não sei o que é dormir, descansar, ter uma noite de sono, inteira, superior a 6 horas (proeza que consegui uma  unica vez).

Riscos, enquanto eu paralisada vejo a vida passar, penso nos riscos que eles correram naquela noite.  Enormes riscos, todos mal avaliados, todos que podiam ser evitados por várias pessoas, inclusive e preferencialmente por mim, mas não conseguimos.  Infelizmente, continuamos a nos cobrar porque a perda que nos foi imposta é muito difícil de ser aceita ou conformada.  Então, esse tem sido o maior risco que tenho corrido: tentar entender e aceitar tudo isso, aceitar a culpa, aceitar aquilo que estava fora do nosso alcance e se conformar com a nova realidade, o risco mor.

Não sei como agir diante destes riscos, as vezes penso que não quero corre-los, mas não posso mais ter o controle das coisas que eu achava que tinha, perdi totalmente o controle de tudo, de mim mesma, de minhas vontades, de minhas apreensões, de minhas angustias, o controle da vida...e também da morte.  Tem sido um processo de aprendizado muito doloroso, muito somatizado, muito arriscado, porque descobri que para me encontrar de novo tenho que correr esse risco de me perder completamente no meu passado e projetar o que deu certo no futuro: meu problema é esse, a unica coisa que hoje percebo que deu certo em minha vida foi Rafael e sua trajetória, até que o risco me pegou na reta da estrada que precede 7,8 km da nossa casa na Praia do Saco.







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