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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

APENAS 06 0U 07 FOTOS

Talvez hoje tenha sido o pior de todos esses dias indo a Estancia acompanhar seu processo.  Tive acesso as fotos, aquilo não sai do pensamento.  Nao acredito que você ficou ali tanto tempo abandonado, como não pude estar do seu lado neste momento, como? 

Chovia tanto, sera que você sentiu frio, teve tempo de sentir dor, quais seus últimos pensamentos, sera que você teve tempo de processar o que estava acontecendo, será que você viu alguma coisa?

Apenas 06 ou 07 fotos anexadas ao processo, são suficientes para encher o coração de uma mãe de todas as amarguras, angustias e tristeza, simplesmente porque ela vê seu filho sob a pior lente fotográfica, a de uma pericia criminalística, colhendo provas circunstanciais sobre o óbito.


Fiz questão de escrever em sua lápide, não que isso fosse uma coisa que eu quisesse mais entendi que deveria ser eu, sempre escrevi nas etiquetas de seus livros, em suas cuecas, pus nomes em tudo que fosse pertinente para defender sua propriedade, eu precisava fechar um ciclo, hoje me senti assim ao ter acesso as fotos do acidente, um soco no estomago, lembrei que no dia em que você nos deixou para morar na eternidade, apos seu nome e datas, desenhei um coração com um furo fundo no meio, representando meu amor e minha dor...me senti assim de novo hoje.



Agora, 1 minuto de silencio.

E no  mais absoluto silencio, mentalmente idealizo aquelas fotos e percebo que ali ficou registrado o fim do seu espetáculo na terra as cortinas se fecharam e nós seus fãs, não conseguimos aplaudir sua atuação, sua brilhante atuação no palco da vida, suas aventuras, suspenses, comedias, ações, um pouco de drama e o mais importante de tudo, um talento pulsante para enfrentar qualquer uma destas situações.  Seu compromisso sempre foi com a vida, e a viveu intensamente, e esse foi o seu maior legado, não cruzou os braços para a vida, nem para a morte, preferiu abraçar a amizade, o companheirismo e se fez exclusivo para atuar apenas na eternidade.

Fecharam-se as cortinas, e com elas, a possibilidade de ver o mundo através dos seus olhos. 

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