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sábado, 2 de julho de 2011

QUARENTENA DE VOCE

Seu cheiro, ah! seu cheiro...incendiava a casa as seis da manha.  Era dificil nao chegar perto de voce, encostar, te beijar e nao ficar impregnada de você.  Hoje ainda sinto seu cheiro em muitas coisas de seu quarto e do seu uso. E naqueles dias mais insuportáveis eu busco seu perfume e se pudesse o tragava inteiro só para encher-me do seu cheiro. 

O comum na quarentena, é afastar as pessoas daquilo que as fazia mal, e o recesso necessário era que poderia garantir a cura. No meu caso, essa quarentena, esses 40 dias sem você só me fazem ficar cada dia mais adoecida: de saudade, de vontade, de tristeza de uma sensação muito ruim, provocada por sua ausência.


Das coisas que mais me acometem lembro muito do seu cheiro. Ainda o sinto no seu quarto, nas suas roupas, nas que eu não quis lavar, nas que eu ja havia lavado e você usou mais perfume que a tonelada convencional, e principalmente, daquilo que quando eu fecho os olhos e respiro bem fundo sinto preencher meu coração, o perfume de suas mãos.

Filho, lembro de voce toda manha no banheiro se ajeitando e como no desenho animado, vc na frente e o cheiro te seguindo.  Aquela doçura enchia todos os espaços de nossa casa, do carro, de minha vida.


Suas mãos delgadas e grandes quando puxava a minha cabeça para beijar e aquele cheiro ficava na gente.  Penso nisso a todo instante. Seu toque, cheio de cheiro.  Desarrumei sua mochila do Saco, três perfumes encontrei e eu ri muito porque eu reclamava, e te perguntava como pode passar um dia e meio e precisar de 03 perfumes numa praia. Depois foi tao ruim, saber que seu cheiro esta engarrafado, preso nos vidros de perfume, que não mais interagem e traz você para minha vida.


Lembro do teu cheiro quando voce era tao pequenino. lembro dos primeiros perfumes, das colonias que sua avó lhe dava, dos que tinham cheiro de chocolate, dos primeiros importados, das primeiras indicações de suas  vontade, ate suas primeiras indicações de preferencia.


Lembro de você experimentando todos os perfumes na viagem, lembro de sua cara descobrindo os preços e rindo porque não sabia mais o que estava usando, como a gente se divertiu fazendo essas escolhas.


Te dei perfume no Natal, e com o relógio do aniversario te dei o perfume que estávamos procurando e esperando há mais de ano, você o levou para o Saco. Eu já tinha comprado o seu próximo perfume, restou lacrado escondido no armário.


Hoje sinto o cheiro daquela rosa branca que coloquei em suas mãos e a tirei antes de você partir. Eu fiquei com a branca que você segurava, ela cheira a saudades, cada dia desta quarentena ela exala um cheiro mais forte; você ficou com a minha, uma vermelha, queria que ela cheirasse a amor:  amor de lençois limpos de cama feita por mãe esperando seu filho; a amor da comida predileta, file ao molho madeira com pure de batatas e queijo que uma mãe faz para um filho e a amor do cheiro dela quando o afaga e o acalenta no colo.



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