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sábado, 23 de julho de 2011

QUANDO FECHO OS OLHOS

Dois meses sem você.  Esperei o dia inteiro coragem ou condição para estar aqui.  Pensei em muitas coisas que acho importante tratar hoje, mas me deixei levar pelos fatos do dia. Foi a primeira vez que dirigi desde então. Eu gosto de dirigir, principalmente num dia como hoje, sem transito, sem hora para fazer nada.  Um pouco de medo no inicio, medo de ver você em vários rostos que zig zagueam pelas ruas.

Mas fui em frente, apesar de não ter sido um bom dia para fazer isso, a principio quis fazer uma coisa diferente, quis estar com você em algum lugar comum para nós dois nos nossos sábados, mas depois achei que não era ainda hora, quero lembrar de nossos sábados como lembro hoje, sem ter novas experiencias sozinha nos lugares que fui contigo.

Resolvi o que tinha que resolver, gravei mais um momento nobre num metal. Pus outra insignia em meu peito, e esperei a hora, indefinidamente sem saber se deveria ir a missa.  Me pergunto porque tenho ido, acho que no fundo, para não desapontá-lo, acho que para não deixar seu pai remando sozinho esse barco, acho que para ver seus amigos pois de alguma forma eles me ajudam a mantê-lo mais vívido em minhas lembranças e mais sóbria a minha saudade. Acho porque de repente vou ouvir alguma história nova, vou lembrar as antigas, vamos rir e chorar juntos, etc.

Hoje tive vontade de traze-los todos para nossa casa, ficarmos jogando conversa fora, fazer daqueles nossos lanches, fazer o que você gostava de fazer, mas não consegui, não ajo com naturalidade, fico feliz pela força e apoio que eles me dão, cada um a seu jeito, com uma mensagem no orkut, um depoimento pedindo para eu recusar, no chat on line do e-mail, no telefone, ou nas visitas, não importa, eu sinto você mais vivo, mais intenso. As vezes não falam nada, nem eu consigo falar tudo que queria, mas em estar ali, apesar da dor e do sofrimento, ficar com eles, me dá a sensação de estar um pouco com você. Penso em fazer isso das próximas vezes, tudo acabando aqui em pizza, em cachorro quente, e qualquer folia que te agradasse, e que nos unisse por um  momento para celebrar a vida que passamos ao seu lado e de forma alguma a sua partida.

Isso tudo eu penso de olhos bem abertos. Penso em você de forma mais intensa quando vejo os torpedos de seu celular, que não param de chegar, quando vejo seus escritos e o que escrevem para você, quando vejo as pessoas te deixando scraps, etc. Mas quando fecho os olhos...filho, quando fecho os olhos...

Eu não gosto de chuva, desde pequena. Para  mim, chuva é sinônimo de tristeza, de tempo cinzento, de tempo frio, de tempo sem cor, etc.  Eu sou do sol. Acreditava que chuva só era legal para dormir ouvindo o barulho dela no telhado e o cheirinho que subia da chuva caindo no chão, para o resto, nada bom. ah! obviamente também adorava tomar banho de chuva e ficar ensopada, principalmente na volta do colégio, pois não tinha muitas oportunidades de tomar banho de chuva.

Hoje por volta de seis horas da noite choveu. Chovia intensamente, e eu pensei a mesma coisa que pensei da chuva do dia que você foi embora e do dia seguinte também, dia 24/05 saiu inclusive nos noticiários nacionais, para mim todas essas chuvas eram lágrimas do céus. Vejo a chuva desse jeito desde então...imagino que Deus permite que a natureza também se solidarize com a nossa dor.

Fui para a missa com este pensamento, de tristeza mesmo, mas filho...quando fecho os olhos e tento respirar fundo, tomando todo ar que posso para cortar um pouco o efeito da dor forte no peito, lembro de você, tao sereno, com um sorriso lindo, fazendo cafune nos meus cabelos, me beijando o rosto, ou exigindo trilhões de beijos e quanto mais eu beijo, mas você quer.  Já que não sonho contigo, consegui traduzir em olhos fechados o que gostaria de ter. Se eu pudessevivia de olhos fechados, mas não posso, e quando os fecho, tenho a visão do paraíso...e você iluminando ele com seu sorriso.

Quando eu fecho os olhos...só vejo voce. Amo voce. Ate já.

Quando Fecho os Olhos


Composição: Chico César/Carlos Rennó
E aí você surgiu na minha frente,
E eu vi o espaço e o tempo em suspensão.
Senti no ar a força diferente
De um momento eterno desde então.
E aqui dentro de mim você demora;
Já tornou-se parte mesmo do meu ser.
E agora, em qualquer parte, a qualquer hora,
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.
E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.
O amor une os amantes em um ímã,
E num enigma claro se traduz;
Extremos se atraem, se aproximam
E se completam como sombra e luz.
E assim viemos, nos assimilando,
Nos assemelhando, a nos absorver.
E agora, não tem onde, não tem quando:
Quando eu fecho os olhos, vejo só você.
E cada um de nós é um a sós,
E uma só pessoa somos nós,
Unos num canto, numa voz.


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