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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Passei um tempo sem escrever por indicaçao

Pediram para eu dar um tempo, nao alimentar esse processo de escrever sobre a perda. Eu fiz. Mas confesso que nao me fez bem e ja retomo o habito, mas ficou dificil em março leva-lo adiante, e confesso que o inicio de abril tambem.

Sei da responsabilidade que assumimos quando expressamos o que pensamos, uma porque ficamos mais visiveis, vulneraveis para o mundo e para a gente tambem, porque ao relermos o que escrevemos muitas vezes aquele momento tao dolorido e dificil de ser superado acaba ficando mais obvio, mais claro. Mas tambem assumimos outro tipo de responsabilidade, o que a gente escreve e torna publico pode influenciar positiva ou negativamente as pessoas. Meus escritos de março foram poupados de publicaçao, pela desordem de ideias, amargura de minha descriçao e total falta de esperança, foi o desespero em linhas, frases, palavras e sentenças, setenca de morte.

Entao juntou tudo, a minha incapacidade de medir os sentimentos, de aguçar a minha percepçao e traduzir de forma branda, depois a necessidade, e a opinião dos profissionais de saude, achando que poderia me ajudar, de nao visitar o orkut, o face e o blog de forma sistematica, que as publicaçoes nao fossem diarias, como até então. Pois é, fiz o que indicaram, nao vi melhora, pelo contrario, entao ja que nao é obrigaçao escrever, faço como forma de aliviar um pouco tudo que fica guardado e que nao é expelido nas lágrimas.

Passei um tempo ate sem escrever mesmo, por indicaçao, mas no meio da decisao a vontade era maior e nas madrugadas quse e seguiam eu escrevia sobre minha luta travada com Deus, com a igreja e a postura de seus membros, com a relaçao familiar, com o processo de solidao, com o sentido da vida e o objetivo da morte. E o auge de minhas indagaçôes culminou com revolta e silencio.

Era tao bom se as pessoas indicassem o caminho para se livrar disso. Mas as vezes acho que o mundo, tanto para os profissionais da area quanto os palpiteiros, levanta-se para apontar as nossas falhas, nossos comportamentos nao aceitaveis, nossa vida transformada em algo inerte, sem sentido.

Tambem estou cansando das indicaçoes. Fico me perguntando, alem dos psicologos e psiquiatras em todo esse processo, quantos se levantam apenas para nos ouvir? Sera que passa pela cabeca das pessoas que muito mais que falar, este processo precisa de escuta. Meu blog veio com essa finalidade, escutar-me. Foi a forma que achei para me ouvir. Tem sido dificil ouvir indicaçoes que nao me levam a um lugar diferente desta saudade, desta tristeza e desta dor.

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