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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

TEM DIAS QUE PASSAM ARRASTADOS

Hoje foi um dia assim.  Parece que ele não queria terminar, e não foi daqueles que fico em casa com medo de encarar a vida e me mostrar para o mundo com meu buraco, do tamanho do mundo, as vezes acho que mesmo que o mundo inteiro fosse colocado dentro do meu buraco, seria incapaz de preenchê-lo. Hoje foi um dia de produção.

Um dia de compartilhar, foi a primeira vez que não dormir sozinha desde que Rafa se foi...digo sozinha assim, que de fato alguém dividia o peso, a dor, compartilhava, e pela manha tínhamos ainda assuntos, muitos e variados para por em ordem.  Foi um dia receber coisas que há muito desejava, mas é uma alegria muito rápida, as vezes até impercebida, só depois de quase o dia acabar me dei conta do que tinha recebido e nem fiz festa...a dor rouba todo esse tempo.

Foi um dia de sair e compartilhar com minha mãe e construir coisas juntas, foi um dia bem cheio, sem horário para refeições, a primeira feita as oito e meia da manha, um copo de iogurte, e a segunda perto das oito da noite. Um dia cheio.

Hoje foi a primeira vez que tive vontade, em todos esses dias de me arrumar. E provei meio guarda-roupa, com meus exageros, nada me satisfazia, eu não combinava arrumada, colorida, não deu. E continuei do jeito mais básico e mais despojada que consigo estar para me sentir bem, sem pesos, como se todo o peso que trago por dentro comprometesse o peso que não quero carregar fora. Meus brincos grandes, meus saltos amados em outras épocas, meus longos, estampados e coloridos vestidos, minha make sempre com alguma coisa recém-descoberta...nada disso me atrai, até continuo tendo interesse por make...mas não passa disso.

Dia ainda de Nivia e suas exigências, e suas pressas, e suas vontades...e minha diversão, me divirto com as explosões dela, tem dias que isso me faz um bem danado, só porque vejo literalmente o rosto de Rafa rindo das coisas que Nivia faz e fala. Ele se divertia com ela. E eu também, hoje também teve Nivia de 08 da manha me intimando, as 08 da noite me amedrontando...e depois obviamente, teclando e postando sua pressa em verso e prosa.

Dia de Jane, dia shopping, dia de pegar seu nome novamente no concerto. Dia de programar o relógio em Led que aparece seu nome...Tanta coisa...mas como disse a sua avó...tem dias minha mãe que demoram a passar e tudo nos machuca, cor, barulho, os amigos se divertindo, a vida se encaminhando, o mundo girando, e mesmo a gente correndo atras...o dia se arrasta com a nossa dor.

É assim, tem horas que penso, só sete meses, só tem sete meses e esse estrago todo e esse tempo todo que não vejo Rafael só tem sete meses? E em seguida penso meu Deus já tem sete meses, quanto tempo. Não sei se me entendem...mas é a sensação do dia de hoje...quanta saudade, quanta espera...





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