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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

NAO QUERO VOLTAR PARA CASA

Só em pensar em nao te encontrar quando volto das viagens...me da um no tão grande na garganta, que nem quero voltar p casa. Todos estão ansiosos para voltar...menos eu.

Engraçado, não quis sair de casa nem para dormir no Saco. Recusei inúmeras propostas de viagens de amigos e familiares na tentativa de me animarem ou me tirarem um pouco do dia-a-dia no luto. Mas essa eu quis, depois de comprada, tentei desisti varias vezes. A mala, arrumei na véspera, não comprei nada nem coisas de necessidades pessoais para a viagem tamanha era a minha falta de empolgação,

Lá nada de extraordinário, mas mesmo diante disso, eu não sentia vontade de voltar. Não sentia falta da casa, nem de nada de lá, nem daqui...simplesmente me sentia vazia. E me sinto até agora...vazia.

Hoje li uma coisa na madrugada que dizia que o caminho da sabedoria não consistia em ver coisas novas, mas em ver as mesmas coisas com outros olhos. Eu ainda não consigo enxergar nada alem do vazio e da falta, não consigo ver o bem nisso, nem disso uma coisa boa, nem vejo normalidade, embora teoricamente seja, mas não posso dizer que vejo ou sinto assim. É normal morrer, sei que é...anormal é conviver com a morte de quem amamos. Sempre penso que a morte é para quem fica porque quem parte, parte para a vida, então é confuso e para mim...anormal, por isso, para que voltar para casa...tudo continua anormal por lá também.

Tentei fazer diferente hoje, comprei camisas e confeccionei para os meus irmãos, tinham o direito de não usa-las, estava muito frio ontem, mas usamos e seguimos... eu os olhava e de certa forma me conformava em vê-lo ali conosco, mas mesmo assim, não pensava em voltar para casa, enquanto os outros falavam do conforto do lar enquanto subíamos a ladeira da pena...em Sintra...eu não, quis desistir varias vezes da ladeira, mas nao pensava em voltar, nao tinha para quem...


Hoje era véspera de retorno, volta e meia eles falavam em casa...a minha sem você, por mais que eu tente, perdeu o sentido que não achei aqui e não sei onde nem quando ele virá novamente...por isso nem penso em voltar para casa, era indiferente ficar zigue zagueando pelo mundo, sem pressa de regressar... não ia te encontrar. Quero lembrar que minha casa é o meu peito, estampando seu sorriso, ontem multiplicado na família.


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