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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Estou cansada de andar sem voce.

E tentando entender me escondi em mim, e fugi do meu frio cortante pois nao sei se era prenuncio dos pesadelos de ontem ou do mau tempo que terminou. O tempo passou, arrastou-me doze anos onde fui cega as demandas da vida e surda aos apelos do coracao. Passei todo o tempo sustentando um contrato vencido com um jardineiro que apenas pisoteava as sementes de meu jardim, e eu o via como alguem que adubava sem entender todo o tempo, que as flores eram eu, e que a tecnica que ele usava nao servia para mim, pois eu  permiti que fosse pisada, escondida, massacrada em minha propria terra.
Mas é findo o tempo, e a terra descansada para novo plantio.
No fundo eu queria voltar a ser quem nao fui, e aprender o que nunca foi ensinado. Acho que consegui, tornei-me uma aberracao humana, tao crente em crer no impossivel e descrente em confirmar aquilo que era paupavel a todas as demais criaturas.
Mas é findo o tempo de aberracao tambem, e chegado a hora de aprender a perserverar de novo.
Tempo de cura. De todas as curas. E pensar que nem sempre nos vemos doentes. Nao enxergava a dor, porque imaginei que ela estivesse a servico de coisa maior. Mas nao estava.
Cansei de refletir tristezas desse plantio, e nem sei porque ainda se faz necessario exorciza-lo, na verdade é chegado o tempo de colher...quero sim novos sonhos e sementes, construir caminhos antigos que o furacao derrubou, mas so aqueles onde transitei com serenidade e equilibrio, porque ja eram meus intinerarios antes de andar de maos dadas com o tempo mau.
Um dos ultimos sonhos com Rafa, ele dizia ainda nao esta no tempo....julho ultimo. E pedia para acelerar as coisas.
Acho que chegou o tempo...como dizia ele, tempo de colheita.
E neste novo tempo, queria trazer você pra perto e fazer do teu colo confessionário.
E me enxergar com teus olhos e me abrigar em teu abraço e me proteger, de novo, e de novo e de novo...de mim e minhas escolhas, para nunca mais te fazer sofrer.
E quem sabe de novo com sua anuencia e sua forca, comecar de novo, como sempre comecamos com a certeza de que nos salvariamos sempre , e de quem eu era...e so importava isso, ser sua mae.
Daqui para frente, tudo novo, inclusive andar sem voce, quem sabe em sonhos ainda tenha nossas interminaveis conversas de avalicao de vida. Queria carregar todos os seus conselhos, em potes no banheiro e quem sabe em dias assim, ao abrir um deles, sentisse voce em mim.
Tô tao cansada de andar sem voce....

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