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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

CANSADA DE ANDAR SEM VOCE

E tentando entender me escondi em mim, e fugi do meu frio cortante pois não sei se era prenuncio dos pesadelos de ontem ou do mau tempo que terminou.

O tempo passou, arrastou-me doze anos onde fui cega as demandas da vida e surda aos apelos do coração.

Passei todo o tempo sustentando um contrato vencido com um jardineiro que apenas pisoteava as sementes de meu jardim, e eu o via como alguém que adubava sem entender todo o tempo, que as flores eram eu, e que a técnica que ele usava não servia para mim, pois eu permiti que fosse pisada, escondida, massacrada em minha própria terra. 

Mas é findo o tempo, e a terra descansada para novo plantio.

No fundo eu queria voltar a ser quem não fui, e aprender o que nunca foi ensinado. 

Acho que consegui, tornei-me uma aberração humana, tao crente em crer no impossível e descrente em confirmar aquilo que era palpável a todas as demais criaturas.  
Mas é findo o tempo de aberração também, e chegado a hora de aprender a perseverar de novo.

Tempo de cura. De todas as curas. E pensar que nem sempre nos vemos doentes. Nao enxergava a dor, porque imaginei que ela estivesse a serviço de coisa maior. 

Mas não estava. 

Cansei de refletir tristezas desse plantio, e nem sei porque ainda se faz necessário exorciza-lo, na verdade é chegado o tempo de colher...quero sim novos sonhos e sementes, construir caminhos antigos que o furacão derrubou, mas só aqueles onde transitei com serenidade e equilíbrio  porque já eram meus itinerários antes de andar de mãos dadas com o tempo mau. 

Um dos últimos sonhos com Rafa, ele dizia ainda não esta no tempo....julho ultimo. E pedia para acelerar as coisas.

Acho que chegou o tempo...como dizia ele, tempo de colheita.

E neste novo tempo, queria trazer você pra perto e fazer do teu colo confessionário. 

E me enxergar com teus olhos e me abrigar em teu abraço e me proteger, de novo, e de novo e de novo...de mim e minhas escolhas, para nunca mais te fazer sofrer.

E quem sabe de novo com sua anuência e sua forca, começar de novo, como sempre começamos com a certeza de que nos salvaríamos sempre , e de quem eu era...e só importava isso, ser sua mãe.

Daqui para frente, tudo novo, inclusive andar sem você  quem sabe em sonhos ainda tenha nossas intermináveis conversas de avaliação de vida. Queria carregar todos os seus conselhos, em potes no banheiro e quem sabe em dias assim, ao abrir um deles, sentisse você em mim.

Tô tao cansada de andar sem você....

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