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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

TRAVESSEIRO AMARELOU

Hoje na madrugada ao limpar seu quarto não resisti. Desforrei a cama e abracei sufocadamente seu travesseiro, calei um grito de desespero, um urro de dor, um pranto de angustia e desabei num choro de saudades...

A fronha amarelou, era a fronha branca com azul , do conjunto que tem  a tolha com a mesma estampa, que você gostava, era ela que você estava usando naquela semana, e continua lá em sua cama, sem você.

Minha vontade era que ela conseguisse me absorver e que eu através de seu travesseiro conseguisse entrar em seu mundo, eu agarraria sua mão, e nunca mais soltaria. Eu nem sei Rafa onde eu beijaria primeiro, onde eu te apertaria, eu só sei que eu queria te dar um abraço que durasse toda a eternidade e que de alguma forma aplacasse toda essa dor de viver longe de você.

Se me perguntassem, você suportaria viver sem ver seu filho, mas sabendo que ele esta vivo e feliz? Eu acho que não filho. Acho que você esta vivo e bem, mas estar distante de você é um castigo maior do que eu posso suportar. Finjo que não sou eu, que não aconteceu comigo e que você que qualquer hora vai abrir a porta e dizer: Mãe!? Cheguei. Mãe!?


Mas seria capaz de trocar a minha liberdade, todo o conforto e tudo que sou apenas para conviver contigo novamente, viveria enclausurada e abriria mão do direito de escolher qualquer coisa, só para estar ao seu lado novamente.


Seu travesseiro tem dado o tom de minha vida sem você, amarelando, apodrecendo, você era o que me mantinha disposta, saudável e no pário para lutar pela vida, sem você o vazio tomou conta de nós.

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