Ao fugir do carnaval e da minha nova realidade, a vida sem Rafael, encarei uma empreitada aerea e varios trechos com escalas e conexoes. No caminho, cercada por amigos e minha irma, era muito comum todas as dez pessoas ligar para alguem dando satisfaçao de onde estava e do que fariam. Menos eu, liguei para minha mae uma vez e depois travei, e minha irma estava avisando-a sobre nosso intinerario, entao eu fiquei na minha, nao tenho a quem avisar.
Estranha realidade de se sentir sozinha no mundo, apesar de filha, aos quarenta nao os sentimos tao bebes da mamae, e depois que criamos nossas familias, muito menos. Como termino da minha familia, meu referencial sumiu. Nao ter para quem ligar, para quem avisar, a quem comunicar,a quem dar satisfaçao ou pedir satisfaçao me faz diferente de todas as pessoas que estao proximas a mim.
Sei que muita gente tem torcido por isso, para que de alguma forma eu supere, e tento muito, mas é tao massacrante a realidade de ter que voltar e nao te-lo, de conhecer o novoe nao dividir nada com ele, de nao ter pedidospara satisfazer, de comer uma simples fatia de pizza e imaginar o sabor que ele pediria. Rafael amva esse aeroporto, enfrentar um free shopping sem ele, sem seus inumeros experimentos de perfume, sem ele provar todos os oculos, olhar todos os relogios, conferir as novidades em eletronico e vir me regular...só saudades.
Eu tento, saio de minha realidade, busco me enganar, fujo das lembranças de nosso ultimo carnaval, mas como diz minha camisa...levando voce em meu coraçao.
Olá, Annalu, mãe de Rafael, não sei a dimensão da dor que você sente por ter perdido seu filho, nem poderia fazer comentários a esse respeito, pois estaria falando do que não conheço. Li seus relatos, não por acaso, mas a pedido de uma amiga que se comoveu com sua dor, e isso na esperança de que eu pudesse de alguma forma tentar ajudá-la. Quero lhe dizer que agora tem mais uma pessoa orando por você, intercedendo pela sua vida. Não acredito em acaso; acredito sim, num Deus que é capaz de estabelecer conexões divinas entre pessoas que nem sequer se conhecem para sustentarem umas às outras, isso porque Ele é um Pai zeloso e bom, que não se alegra com o sofrimento de seus filhos. Gostaria, sinceramente, de lhe dizer palavras que pudessem ajudá-la a se levantar por dentro, e até posso tentar, mas entendo que, ainda que eu falasse sob inspiração do Espírito Santo, minha irmã, se você mesma não se colocar de pé e tirar de dentro de você a força que o Senhor já lhe deu, de nada adiantaria. Creio firmemente que Deus enviou Seu Espírito para habitar dentro de nós, dentre outras coisas, para que pudéssemos atravessar os momentos díficeis da vida. Ele é a graça, o "recurso" de que precisamos providenciado pelo nosso Pai para vivermos nessa terra. Retire dessa Fonte Preciosa as "águas", a força, de que você precisa para levantar-se. Deus é o teu sustento. Um abraço fraterno
ResponderExcluirObrigado pelas palavras de conforto e solidariedade
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ResponderExcluirAnnalu, não quis lhe confortar, nem ser solidária com você, não acredito que seja disso que você esteja precisando, mas sim de enxergar as coisas de uma ótica diferente, à luz da Palavra. As pessoas que não conhecem a Deus, a quem a Palavra chama de incrédulos, se desesperam diante da morte de um ente querido,também pelo fato de desconhecerem o que há do outro lado, por não terem noção alguma do que as espera. Para nós,os que cremos, porém, há esperança inclusive nessa hora difícil; a 'esperança', que prefiro chamar de certeza mesmo, de que iremos apenas voltar para o nosso lugar de origem. Viemos do Pai, e quando partimos daqui, voltamos pra Ele. Isso deve ser o nosso consolo, saber que não há lugar melhor para estarmos do que na companhia do nosso Pai; e, ainda que nossa vida aqui nessa terra fosse maravilhosa, nada se compara com contemplar a face amorosa de Deus. Seu filho Rafael está de volta à casa do Pai e, sinceramente, isso é um grande 'lucro'(uso aqui o termo que Paulo usou em Fp1:21).Ampare-se nessa certeza, minha irmã. Você tem, senão a alegria, o consolo de ter seu filho nos braços do Pai; imagine, por outro lado, os que morrem sem Cristo...Erga seus olhos para o Senhor, tire-os de você mesma,há um futuro para você, há pessoas que precisam do amor de Deus que está em você. Seus dias não se acabaram, não, minha amada. Se levante e deixe que as pessoas vejam em você o Deus que levanta o caído, que consola os de coração abatido, que restaura as forças do cansado, que muda as circunstâncias difíceis.. Há pessoas ao seu redor famintas pelo alimento que Deus tem lhe dado. Todo crente, nascido de novo, tem uma responsabilidade dada por Deus: de falar da salvação que há em Jesus Cristo e, assim, reconciliar o perdido com o Pai. Encontre-se no propósito de Deus para a sua vida, e tenho certeza de que você vai descobrir que a sua realização pessoal não estava limitada à maternidade, mas sim em cumprir aquilo que o Senhor a chamou para fazer. Deus te abençoe.
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