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sábado, 4 de fevereiro de 2012

MINHA CASA ERA VOCE.

Eu amei um filme: O Jardineiro Fiel, mas Rafa não assistia todo comigo, ele só vinha rir quando eu começava a chorar.  Gosto dos valores e do enredo do filme, também me apaixonei pela Africa ali retratada, fica no coração a vontade de fazer um pouco mais, pelo menos ficava antes, hoje não tenho vontades, mas lembro do que o filme despertava em mim.

O filme estrangeiro, dirigido pelo Fernando Meirelles, conta a historia de uma ativista de direitos humanos que se apaixona por um diplomata e em seguida ele é transferido para a Africa e ela o acompanha.  Todavia lá, envolvida pelos problemas locais, ela e um amigo médico, descobrem uma manipulação da industria farmacêutica, que estava matando a população do Quênia, ao investigar o episodio, a ativista é assassinada. O roteiro do filme leva o marido dela a crer que ela estava envolvida emocionalmente e estava o traindo.

Mesmo assim ele vai em busca da verdade, e descobre que a mulher sempre o amou, nunca o traiu nem traiu seus próprios valores, pagando com a morte a defesa de seus ideais.  No fim das investigações um amigo do casal, recomenda ao diplomata a voltar para casa, não havia mais nada a fazer.  

Esse é o motivo de escrever hoje, ele, o diplomata responde: "Tessa era a minha casa". Tessa, era o nome de sua esposa.

Eu penso neste dialogo todo instante. Sempre me reportei a casa, como porto seguro, um lugar para onde voltar.  Fico em casa, a maior parte de meu tempo, confesso que hoje já saio mais que sai em qualquer outro tempo, ficar em casa as vezes me angustia. Ela deixou de ser porto seguro, para ser lugar de espera, e se tenho que esperar mesmo, estar perto de nossas coisas as vezes me acelera o peito.  

Passei por muitas experiencias em relação a casa. Só dormi fora quando viajei no fim do ano, mas enquanto meus irmãos sonhavam com a volta, eu não queria voltar só porque ele não estava em nossa casa, me esperando.  Mas hoje o dia inteiro aqui em casa, nada me estimula a sair dela, mas não é a mesma coisa, já não é o que era no inicio deste luto.  Em algum momento ela foi perdendo a essência e o encanto.  Sem ele, ela não pode ser meu lar, meu refugio, meu porto seguro.  Mas ainda é o melhor lugar para estar, porque ainda está impregnada de nossas lembranças e memórias, mas hoje eu compreendo o dialogo do filme, porque Rafael também era a minha casa.

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