Num domingo chuvoso, estar viva é mais difícil.
Dói ate respirar. Todo riso é fingido, toda graça é forçada, toda calma é passageira e toda verdade é mentirosa.
Num domingo chuvoso, estar viva é desesperador.
Dói olhar para o mundo à volta. As pessoas mais cuidadosas, mais chegadas, mais carinhosas, mais aninhadas...e eu sem você.
Num domingo chuvoso, ficar na cama é traiçoeiro.
Dói lembrar sem cheiro, sentir seus bracos, suas mãos longas me fazendo cocegas, suas pernas me travando num abraco, e você governando o controle do DVD para não ler as legendas dos zilhões de filmes que entoavam nossos domingos chuvosos.
Num domingo chuvoso é inevitável não doer a cada pingo caído de chuva, a cada brisa fria que movem meus cabelos e sussurram em meu ouvido...mãe vai ficar tudo bem, se ainda não está, é porque não é o fim...
Você sempre acalentava minha impaciência insegurança, falta de fé, desespero ou tristeza com o mesmo conselho, ele me servia em todas as situações.
Meu domingo chuvoso inebriado de nossas lembranças e sufocado por minha saudade.
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