Eu juntei meus cacos esses dias, e obviamente não deu uma pessoa inteira. Na minha quebra fragmentos de mim se perderam, não se colam, não se refazem, não se juntam.
Mesmo assim, tentei e me juntei pelos cantos, e me ergui pelas colunas do tempo, do vento, da muralha do coração, e da trave que trago nos olhos ou o espinho na carne, só para não olhar a dor.
Tudo doeu...doeu quebrar, doeu juntar, me colocar sob a pá de meu próprio lixo e mexer nas arestas de meus cacos, lixar o que era preciso, moldar o necessário e insistir em colocar na mesma posição de antes doeu tanto quanto o dia que quebrou.
Mas juntei meus cacos, sobrou cacos de cacos meus. Sobrou amor demais por voce. Sobrou vontade de ter ido contido. Sobrou saudades, sobrou dor...sobrou. Sobrei.
Juntei tudo, e mesmo assim, me desmancharam de novo. Vou ficar de pé, mas aprendi que os cacos não se colam mais.
Que seja cacos, cacos meus, misturados aos cacos que foram seus, e nossos cacos me sustentam para os próximos desmanches. Porque aconteça o que acontecer...seus cacos são inteiros e se moldam a mim.
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