A coisa que mais tenho falo ultimamente é nao.
Não consigo. Nao quero. Nao dá. Nao posso. Ta dificil, complicado, nao suporto, nao pode ser assim. Sempre o NAO tem sido muito citado ou referenciado em minhas sustentaçoes racionais e emocionais.
Hoje me vi no espelho de um jeito como nunca me permiti ver. Vi o algoz, me vi como algoz, algoz de mim mesma por minhas escolhas, algoz de meu filho por submete-lo a estas escolhas.
Enquanto eu falo de mim mesma o som ecoa de um jeito no meu ouvido, mas quando eu ouço a voz que nao é a minha voz interior demarcando o territorio, dói muito mais, dói a acusaçao. Acho que qualquer acusaçao doi, mesmo as pertinentes, porque sei que as impertinentes doem muito mais.
Vivenciando as acusaçoes convivo com a dor da perda. A dor de sentir remorso, a dor de sentir culpa, a dor de se sentir invalida, impotente, as vezes a dor de se sentir culpada em ter deixa-lo passar o final de semana na casa da praia com o avô.
Normal sei que nunca mais terei um vida, nem sei se fui normal algum dia, sei que nao sou agora, é anormal sentir tudo isso, se bem que as vezes penso que anormal é nao sentir. Essa insatisfaçao permanente com a vida e com todos, principlamente comigo.
Penso se podia ser diferente, e sempre acho que podia. Penso se eu podia ter mudado alguma coisa, e sempre acho que sim, logo, paira eternamente sobre mi ha cabeça o julgamento. As vezes sou tao mediocre humanamente e me pergunto porque o filho de fulano que voltava bebado nao morreu, ou porque a filha de cicrana que se dopava nao se perdeu, e esqueço que alguem pode dizer, é o filho de annalu teria esse fim mesmo. Quer saber talvez sim por minhas escolhas, talvez sim porque eu mereça, mas nunca por ele, ele...nao merecia aquela estrada fria, chuvosa e solitaria na madrugada da morte. Eu nao estava la.
Ontem na madrugada achei um cartao que ele me escreveu com 09 anos...ele dizia para eu viver cada dia como se fosse o ultimo...eu espero muito que cada dia seja o ultimo, menos um dia para esperar te encontrar.
Minha doce Annalu, eu tenho certeza que o tempo de partirmos chegará, e veremos o nossos Filhotes Amados (Tetee & Rafa) como da última vez que os vimos e falamos com eles.
ResponderExcluirEles também estão nós esperando "E Deus limpará de nossos olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas".
Apocalipse 21:4.
Enquanto as primeiras coisas não se passarem em nossa vida, viveremos dia-adia com a nossa dor, saudade, tristeza e acima de tudo, com o nosso Amor por eles que é muito maior e muito mais forte que tudo que se abateu sobre nós.
Te amo ...Márcia Santos