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sábado, 3 de novembro de 2012

VAI FICAR TUDO BEM


Comprei roupa nova, pintei o cabelo, alias deveria ter cortado curto, ou repicado todo, ou pintado de roxo anil (nem sei se isso existe), troquei todos os moveis de lugar, afinal do jeito que tudo está que mal há comer no quarto e por a cama na cozinha. 


Queria ter trocado os lustres, bem melhor se eles só iluminassem o teto. Para que ficar apontado para o chão e mostrar aquilo que já estou careca de saber (ah! podia ter tentado isso, ficar careca).


Comi as três e meia da manha,  a refeição de um trabalhador braçal, feijão, farinha, ovo, calabresa, arroz e salada...raspei o prato e ainda sentia fome...fome de comida de vida, fome de comida de alma.  Fome de mim, fome da gente, fome de você.


Mas o sono não chegava e divaguei nas estradas da vida. La pelas tantas, numa esquina qualquer da lembrança, sua mão encostava na minha, seu olhar me contemplava.

Você me aconchegava no ombro, beijava a minha testa como de costume, e sussurrava em meu ouvido...mãe, vai ficar tudo bem...calma, vai ficar tudo bem.

Acordei...mas a paz não estava aqui, minhas roupas ainda tinham suas fotos, e a casa permanecia imutável. Fome? Não...Saudades...de você RAFA.

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