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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

QUANDO AS PESSOAM PARAM PARA LEMBRAR DO QUE EU NÃO ESQUECO. 02/11

Hoje, eu queria brincar de Deus, e que isso não fosse um insulto. Hoje filho, onde o Brasil para para lembrar os que partiram, indo ao lugar onde depositaram seus corpos, eu queria num passe de magica mudar a forma da morte. Para falar a verdade, eu queria acabar com a morte, mas como Crista sabendo o que ela significa, talvez não conseguisse.  

Então...filho querido...eu queria, ao brincar como Deus, inventar um jeito novo de deixar partir. Não deixaria existir, cemitério, flor em jazigo, lagrimas em lapides, e no meu caso...mensagens e mensagens para quem amamos.

Se eu fosse Deus, ah RAFA...Seu eu fosse Deus, na hora em que te chamasse para perto de mim (Deus), eu acho que queria apenas que desaparecesse. Sem pancada, sem trauma, sem dor, sem chuva sem asfalto molhado, sem solidão, sem medos, eu simplesmente chamava seu  nome...e você viria correndo.

Se eu fosse Deus, ao te chamar para mim, nao deixaria um corpo frio, inerte e sem vida que se decomporia aos olhos de sua mae...não, se eu fosse Deus..não existiria cemiterio. Talvez um campo de estrelas, talvez um campo de borboletas, onde cada uma tinha um nome, e voos especiais contemplados por quem teve anjo chamado por Deus.

Se eu fosse Deus, meu amor, hoje eu iria ver seu voo. Talvez quisesse ir todo dia, ou toda a noite, ao brilhar no céu. Ao inves de passar os dedos na sua cama, por entre as roupas penduradas no guarda-roupa, ou nas coisas que escreveu e nos objetos que restaram, só para te sentir mais um pouco; estaria vendo uma borboleta ou uma estrela com seu nome, ou dedicada a voce, e ver se movimentando ou brilhando, ver as outras borboletas e ver a saudade dos outros estampada sem choros amargos, sem coisas velhas, sem cheiros ruins de decomposição...ah, filho...isso sim era uma forma diferente de dizer que tinha um anjo no céu.

Se eu fosse Deus filho, também pensaria em fazer um campo de arco iris, vários, proporcionais ao tamanho de vocês, ou a idade, ou ao numero de pessoas que te amavam. Imaginou o tamanho do nosso, imaginou quão brilhante seriam as cores. Ou fazia todos iguais para não ter distinção, desde que soubéssemos qual era o que te representava. Arco Iris...para mim sempre objeto de promessa, sempre um sinal de coisa boa que está por vir.

Pois é meu filho...acho que se eu fosse Deus eu deixaria uma musica, composta por anjos como presente para quem fica, em homenagem aos que se foram. Eu inventaria uma forma louca de trocar a sepultura por coisas subjetivas mais profundas. Tudo bem fiquei com o corpo, assim como fizeram questao do corpo do filho de Deus, eu imagino a dor de nao poder enterrar um parente querido. Mas e depois, de que me vale o corpo, que eu nao toco, nao vejo, nao sinto, nao pego...e nao esqueço porque mesmo sendo restos...sao meus, e quero cuidar...loucura isso.

Mas a musica, uma nova musica, composta para você, direto dos átrios de Deus...ah, embalaria meu sono (ainda não presente) e minha vida entoada pelo ritmo, seria a minha verdadeira CANTIGAS E HISTORIAS PARA NINAR UM MAE.

Se eu fosse Deus, filho...faria a morte diferente. Doeria ainda, porque não te-lo de qualquer forma doeria. Mas ter qualquer coisa alem das lembranças, qualquer coisa que se movia, qualquer coisa futura que não interrompesse o passado...qualquer coisa,

Porque filho, qualquer coisa que fosse destinada a ligar a gente, alem da fé e do amor que sentimos, hoje substituiria a nossa necessidade de ir visitar catacumbas.

Ah...e mais uma ultima coisa.  Se eu fosse Deus, depois de ter sentido na pele, o que era perder filho...não permitiria que filhos morressem antes dos pais. Principalmente os bons filhos.

Se eu fosse Deus, a filho...e não pudesse poupar filhos, levaria os pais juntos, pelo menos as mães de filhos únicos.

Mas não sou Deus né filho, e não entendo seus princípios e com o coração em dor, pela saudade não só do dia de hoje, mas saudade de uma vida inteira ao seu lado, eu digo com o coração partido...Faça em mim sua vontade Senhor...boa, perfeita e agradável...mesmo sendo hoje para mim inintendivel ou inaceitável.  

Obrigada pela vida de Rafa, pelos 17 anos ao seu lado, por ter me escolhido para ser sua mãe, e por ter colocado fé e amor a Ti em nossos corações.

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