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domingo, 18 de agosto de 2013

MAS FALTA VOCE, RAFA!

Hoje é dia de falar de vitoria. Minha avo veio às pressas para Salvador, que dista quase 400 km de onde moramos para fazer uma consulta, pois ha sete dias nao mais andava. De uma hora para outra ela acordeou e nao andou mais. Cadeira de rodas, visitas medicas domiciliares, internacwo e nada resolveu, saimos daquele centro em busca de outras indicacoes. Assim que chegamos o diagnostico foi concluido, caso cirurgico, urgente.

Tambemtinha Paulo Miguel chegando e traendo toda a esperanca para a vida de Neide e Neguinho, seus pis, depois de dois anos que choram a morte do primogenito Rafael, vitimado no mesmo acidente que meu Rafa.

Eu estava fazendo um ano de namoro, depois de perder um filho unico, separar do marido, conviver com uma depressao pos-traumatica e namorar a distancia, era uma vitoria conseguir manter uma relacao, com qualquer pessoa, imagine com uma a distancia quase 1500 km, recem-separado e vivendo os percalcos de uma separacao e om quatro filhos extremamente amorosos que me acolheram e uma familia daquelas que aninham...era tudo muito bom, se eu nao tivesse perdido o meu. Mas a minha dor, as vezes me impedia de estar tao junto, porque felicidade demais quando voce esta sofrendo muito, se ofusca pela dor. Mas essa semana, era comemoracao. Apesar de tudo, de toda a dor. Nos tinhamos vencido. Estavamos azeno um ano juntos.

Entao era minha avó enferma, meu irmao de longe que ia chegar, mas sera assunto para outro dia, minha primeira viagem a servico depois de dois anos e tres meses, gente nova no trabalho que me tirou o sono escasso por dois dias, meu um ano de namoro, meu afilhado nascendo e o desenrolar de tudo podia ser compreendido como superação, como vitoria.

Mas falta você.

Brincamos com a situacao para minimizar o stress, afinal, minha avó com 81 anos e meu avo com 85 inspiram muitos cuidados, ambos diabeticos e hipertensos. Sem contar minha mae, completamente apaixonada pelos dois d sendo requisitada a todo instante pela inseguranca e modus operandi estressante com que ambos decidem as coisas.

Mas vir acompanhando-os tinha um peso para mim. Era semana de cemiterio, de visita, afinal passarei a semana fora a trabalho. Era fim de semana de esperar Paulo Miguel chegar e ate agora nao sei de nada, poisate a meia noite ele ainda nao havia nascido. Era fim de semana de assentar as emocoes da semana passada, onde o apetite e o sono foram castrados por conta de minha impaciencia emocional.

Enquanto espero num quarto de hotel o horario de visita de UTI, o telefone da maternidade dizendo que correu tudo bem, a mensagem de meu amor dizendo bom dia, e minha mae acordar para que eu pare de ouvi-la roncando e gemendo ao dormir..vai dando um aperto e meu pensamento sempre volta a estaca zero. Porque so isso, meu pedido mais desesperado, apesar de cheio de muita fé, não podia ter dado errado. Tudo vai se arrumando e buscando um final desejado, menos minha historia contigo, Rafa.

Falta você Rafa.

Fico me sentindo pessima, mas é assim, fico questionando, Deus o que quer que eu aprenda, tudo dando certo, e a coisa que mais Lhe pedi, mais implorei, essa nao tive chance nem de ter esperwnca. Nem de tentar. Parece muro das lmentacoes, um murmurar sem fim, mas vejo a dor dessa forma, todo dia ela aponta uma faceta nova, todo dia ela se apropria de mais um pedaco de minha vida, meu pensamento, meu coraçao, meus sonhos, minha esperanca.

Conviver com isso é como extrair petroleo de teta de vaca. Ou oce finge que o leite é preto ou que a vaca é solo petrolífero, mas olhar com a lente da realidade....voce só enxerga a dor.

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