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terça-feira, 30 de outubro de 2012

O PASSADO NAO É SO PASSADO

Querer olhar para trás e dizer que  o passado é passado nem sempre é possível  Muita coisa do passado determina nosso futuro, e toda uma vida.

Meu passado é meu presente...e sera SEMPRE meu futuro. Trago voce, por onde for quero ser seu par.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O LUTO E A FÉ

Sinceramente discuti muito sobre o papel da fé quando se perde alguém que amamos.

Perguntei-me reiteradas vezes. Questionei-me intensamente, a cada minuto-milênio que se sucedeu a sua partida, e até a hora que me vi sozinha, eu e eu, ou eu e tudo que você deixou para trás  aí nessa hora perguntei o que havia sido feito daquilo que achei que fosse fé.

Hoje...continuo questionando, mas se não sucumbi...só a fé, aquela que combate o luto, me socorreu.


JUNTANDO OS CACOS

Eu juntei meus cacos esses dias, e obviamente não deu uma pessoa inteira. Na minha quebra fragmentos de mim se perderam, não se colam, não se refazem, não se juntam.

Mesmo assim, tentei e me juntei pelos cantos, e me ergui pelas colunas do tempo, do vento, da muralha do coração, e da trave que trago nos olhos ou o espinho na carne, só para não olhar a dor.

Tudo doeu...doeu quebrar, doeu juntar, me colocar sob a pá de meu próprio lixo e mexer nas arestas de meus cacos, lixar o que era preciso, moldar o necessário e insistir em colocar na mesma posição de antes doeu tanto quanto o dia que quebrou.

Mas juntei meus cacos, sobrou cacos de cacos meus. Sobrou amor demais por voce. Sobrou vontade de ter ido contido. Sobrou saudades, sobrou dor...sobrou. Sobrei.

Juntei tudo, e mesmo assim, me desmancharam de novo. Vou ficar de pé, mas aprendi que os cacos não se colam mais.

Que seja cacos, cacos meus, misturados aos cacos que foram seus, e nossos cacos me sustentam para os próximos desmanches. Porque aconteça o que acontecer...seus cacos são inteiros e se moldam a mim.


domingo, 28 de outubro de 2012

QUANDO AS COISAS NÃO SE ACOMODAM

Não, as coisas não se acomodaram. E imagino que não se acomodarão tão cedo. Dói falar, dói pensar, dói dizer...dói. Continua doendo, mas como não falamos, as pessoas acham que se acomodaram.

Na verdade acomodei mesmo foi a minha capacidade de falar de minha dor. Hoje não falo mais, minha voz irrita. Do mesmo jeito e intensidade que minhas lagrimas incessantes irritavam, por isso a escolha de chorar enclausurada. Elas ainda existem, e não se acomodaram.

Sim, ainda penso nele, e falo dele. Hoje se confunde, falo dele vivo, falo dele morto. A morte virou um marco. É sempre tudo antes e depois de sua morte.  As coisas não se acomodaram. 

Mas se meu silencio ajuda a imaginar que as coisas estão acomodadas, silenciemos. Percebi que meu silencio provoca o seu, e não te ver me importunando para reagir é um balsamo aos meus ouvidos. Afinal, as lagrimas nascem nos meus olhos apenas.

Nestas horas eu lembro de sapatos que tentei domar, mas eles domaram meus pés  e os calos que produziram marcaram-me ate hoje.  Não estou vivendo a marca de um calo que se constrói ..perdi um filho. E as coisas não se acomodam por aqui.





sábado, 27 de outubro de 2012

FIEL A HONRA.

E diante de tantas coisas novas, recentes em minha vida, como sentar à mesa sozinha para o jantar, ou engolir um copo de iogurte na cozinha, voltar a ter Todinho na geladeira e não perguntar se você quer, ou a bomboniere cheio de guloseimas e você não os provar, está continuar a vida sem você.

E o complicado é que sua falta me apavora, ao mesmo tempo que impulsiona a não voltar ao estado anterior.

Em minha mente, de forma sempre recorrente, aparece sua imagem e minhas ultimas promessas: sim filho, preciso de você para analisar, julgar, aconselhar, mas não permitirei que ninguém mais entre em nosso meio e me aprisione como permiti.  Ninguém mais terá poder sobre mim daquele jeito. Lembro de te falar sobre isso na ultima semana, lembro de você ali inerte, e lembro de minha promessa em sua honra.

Hoje foi dia de lembrar...vou ser fiel a gente e a sua capacidade de entender e pensar na vida, pelo menos isso merece nossa fidelidade.

Amo você, Rafa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

SOLIDAO


Penso em você, e nos devaneios a que a vida me entregou quando você partiu, Rafa.

Solidão, é apenas sinônimo de estar sem ti. Mesmo cercada de gente, mesmo cercada de amor, me sinto só todo o tempo, só porque não te tenho.

Olhar a casa silente; a musica muda; os instrumentos inertes; o som do msn que não define mais sua presença em casa; usar a maquina de lavar roupa a cada 15 dias porque não junto o suficiente para usa-la como antes- pois faltam as suas roupas; não bater a porta do banheiro para acelerar seu banho; nem esperar na porta do elevador até que você ajeite o ultimo fio de cabelo que não está de acordo com seu estilo naquele dia; ou não ter sustos ao abrir a conta do telefone com seus intermináveis papos e resenhas madrugadas a fora; não me surpreender com o ultimo litro de refrigerante no seu criado mudo; não receber dezenas de ligações diárias me dando o roteiro do dia ou pedindo permissão para fazer, ir, pegar, comprar, etc.; ou tantas outras coisas que simplesmente não fazem parte mais de meu dia-a-dia pelo simples fato de você não estar aqui.

Solidão, deve ter vários significados etimológicos, e vários sentidos emocionais. Para mim, um único, se um dia achei que sofri solidão, eu me enganei.

Solidão é isso que me amarga todos os dias que vejo a noite se por e o dia chegar e você não vem nem nos raios de sol, nem na luz do luar. Tudo de antes era charme, tinha qualquer outro nome. 

Solidão, é o mais puro sentimento de abandono.

Você me abandonou, e eu sem você , me abandono todos os dias.

Talvez isso doa mais na saudade, que não é aquela do parente distante, nem do amor que não esta por perto, nem dos tempos de infância, nem da comida da vovó. 

A solidão que reside na saudade, ou a saudade que mora na solidão, quando um filho nos deixa sozinha na vida, essa dor, esse sentimento que nos invade, é o mesmo que me impede muitas vezes de seguir... sem você...Rafael.

MUDAR O TEMPO


Tem horas, e acho que a maioria delas, que tenho vontade de mudar tudo: o cabelo, a casa, o nome, o quarto, a vida, o passado, enfim trocar a rotina, quem sabe almoçar as três da manha e achar que as nove da noite é hora do desjejum.


Queria jogar fora os medos, os quilos a mais, a insegurança, as frustrações e queria me livrar das desculpas esfarrapadas porque não liguei, porque não fui, porque não compareci, simplesmente fazer só o que me der na telha,  e quando não quisesse fazer nada fazer isso muito bem.

Queria não discutir novela, politica, religião, moda, futebol, e crises e falar de morte, todo o tempo ate que ela se esgotasse em mim, mesmo que ninguém me ouvisse, mas que eu pudesse falar sem os julgamentos que hoje me cerceiam, me impedem, me governam e me calam.

Queria não ter contas a pagar, nem consumir nada alem do ar que respiro.

Queria começar pelo fim...prosseguir ate a minha derrocada, e ao te ver ali bem ao meu alcance
queria andar para trás e nunca chegar onde estou.

Andaria de pontas de pés  arrastaria-me entre as colunas do tempo de alguma forma que ganhasse tempo sobre ele, e nesta hora queria convence-lo que ele - o tempo -  seria mais célere se me deixasse ao seu lado.  Pois ao seu lado filho, só ao seu lado o tempo fazia seu perfeito trabalho.


Hoje ele se arrasta em minha vida, parece seculos que não te vejo, e se passaram meses.
Parece uma eternidade, e são dias apenas.

Parece pouco mas é tão muito que preciso mudar tudo para sobreviver ao descaso do tempo com a nossa separação.

Não é necessário entender sempre, não importa se o tempo não me entende e se fixa no que estou sendo agora, porque digo a cada dia que transito entre meu caminhar alarmante e passivo, dias de prostração e dias que perco o ar, fico ofegante de tão rápido que quero correr, dias em que te tenho perto e dias que nem ao longe te sinto.

Nessa falta de revelação de ti, meus gestos não negam meu desespero em te suplicar que não se perca de mim, não se distraia e me deixe, não me traia sem me buscar, continuo precisando que me ame, não te peço – apenas suplico que não seja findo, nem improvável, nem intangível ou abominável, apenas permita ser plausível, tocável,  seja meu incerto mais certo, meu desejo, meu sonho...

Apenas seja...meu, eterno Xeberel.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

17 MESES SEM VOCE

RAFAPEL...MEU XEBEREL


AH...RAFA...17 MESES SEM VOCÊ...

Ah filho, tantas coisas para contar, tanto para me abrir, tanto para compartilhar, mas olho para o lado e nunca te encontro. Seguir sem você tem sido um exercício difícil e desafiador, muito maior do que quando te tinha indefeso em meus braços, tao pequeno, e eu me sentia tão grande e responsável por você.

Mas as coisas se inverteram e você cresceu não só em estatura, mas aos meus olhos ficou meu gigante e então passou a conduzir boa parte de nossas aventuras. E sinto tanto sua falta nestas aventuras. Viver perdeu muito da graça que tinha. Aliás as graças que vejo hoje, não tem tanto sentido, porque sempre falta você.

Tem dias que sinto você tão perto, outro dia achei o bilhete na proteção da máquina antes de viajar...era como se você tivesse aqui acompanhando tudo, mas levar o resto da vida com fragmentos do que vivemos é um preço muito caro para quem te teve intensamente, e isso dói e cala profundo na alma.

Mesmo sabendo que você ia curtir muita coisa nova na minha vida, mesmo sabendo que você estaria me incentivando a continuar, não reste duvidas Meu Xeberel, que ainda assim, é para o seu lado que quero voltar e nunca mais me separar, sonho com nosso reencontro e tenho pressa em ter de novo sua companhia ao alcance dos meus dedos e na mira dos meus olhos. E desta vez filho, não vou sentir falta do adeus que não dei, porque nunca mais viverei longe de você.

domingo, 14 de outubro de 2012

VOLTANDO PARA CASA

Voltar para casa é como olhar uma estrada pelo retrovisor.


Voce é o ponto fixo onde cada vez que olho para ele me perco do resto do mundo. Há setecentos quilometros de casa, titubeio em voltar. E eu que nao queria me afastar um só momento daquele cenario, do da nossa historia, hoje me vejo resistente a voltar para ela. Voltar para casa embora me traga novamente para nossa vida, tambem me raz para nossa morte,porque eu ainda morro todos os dias sem te ver.

Conto so quilometros que me separam de casa e somo aos dias que me afastam de voce, nenhuma das contas fecham, elas sao incapazes de serem percebidas por mim,incapazes de serem notadas de forma racional. Deveriam construir um medidor de dor, e sómassim saberiam que ele é obsoleto para medir a dor de mae ao perder filho. E hoje, por mais que eu defenda que quem tem varios e perde um sente a mesma coisa que eu, voltando para casa e nao tendo nenhum para abracar ou para abencoar antes de dormir, me doi bem mais do que se tivesse alguem esperando meu beijo de boa noite, ou questionando-me se fiz boa viagem.

Volto para casa e nao para voce.

Por isso ao inves de dormir em dias assim, onde te procurar e nao te achar maltrata muito, hoje eu busco sair de casa, viajar e fugir da realidadd, fingir que nao sou eu, fingir que nao tive familia, e ate ensaiar sorrisos e fotos de book, ate que a hora de largar a carruagem e voltar a ser borralheira chegará, e ao voltar para casa perceber que hoje a minha casa é a sua lembrança, as nossas memórias e a minha dor.

Ela vai comigo e volta vazia sempre, porque aonde eu for sempre terao lembrancas de quando eu era o seu par.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DIA DAS CRIANCAS SEM MINHA CRIANCA

A luz da minha casa.
Rafa representava em minha casa tudo que uma luz na escuridao possa significar para as pessoas.
Rafael era minha direcao, meu clarao a iluminar onde devo olhar, minha expressao maior de felicidade, um raio de sol que me aquecia, de fato minha luz, minha ideia mais criativa, meu motivo mais solido, minha inspiracao.
Eu dizia que quem tinha um Rafael, tinha 10 filhos, porque ele valia por 10. Eu dizia que com ele eu ria e chorava, e atraves dele, eu conheci todos os sentimentos mais nobres que uma pessoa poderia ter. E nao posso dizer que só eu sentia por ele nao. Posso afirmar que era reciproco, tamanho o coracao daquele menino capaz de abrir mao de seus proprios sonhos e projetos para abracar o projeto dos outros, apenas para ver quem ele amava feliz.
Rafael sem duvida alguma iluminou nao so a minha casa, mas a minha vida e a vida de quem compartilhou com ele a alegria de viver a paz.
Lembro semore de sua festa e da alegria. Era um menino cheio, de vida, de gas, de energia, de bons modos e de virtude. As vezes penso que exagero, que sou uma mae qud quer holofotes,mas onde ando, tambem colho essas informacoes, e isso ja precedia sua morte.
Rafael foi crescendo e com ele a motivacao parao presente do dia das criancas foi diminuindo, afinal ja sonhava coisas de gente grande. Mas o espirito de crianca,sua leveza natural e seu coracao puro, me faz olhar hoje para o dia, e pensar neste dia tao tristemente por nao ter minha eterna criança ao meu lado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

UM SEGREDO

Eu nunca tive segredos com você,  nunca escondi de você minhas facetas, minhas verdades, minhas versões.

E sempre me coloquei de frente e sem medo de seu olhar, porque meu filho, antes de tudo, eu queria ser transparente, e queria ter em você meu amigo, continua sendo meu melhor amigo, e acho que vai ser sempre porque continuo esperando sua opinião e seus conselhos.


Eu sinto falta de dividir a vida com você.

Hoje ando cheia de segredos, cheia de desejos de te ter por perto e de dividir contigo nossa historia, minha historia, principalmente essa errante que venho escrevendo longe de você.

Hoje tenho segredos, porque tento te falar mais não sou ouvida, tento te falar mas não me da retorno, por mais que te sinta perto e te sinta junto, por mais que a corrente ainda quebre na hora das confirmações, eu ainda preciso de você por perto, porque não sei o que faco com meus segredos.

Mas sei que o mais forte em mim não é segredo para você  mesmo não estando mais aqui comigo...porque eu ainda não superei isso tudo e ainda remoo a sua ausência.

FALTA DE INSPIRAÇÃO

Ultimamente tem me faltado tudo. Falta inspiração para escrever, forca para avançar e a cada dia que aparentemente me vejo andando e sonhando me sinto te deixando para trás  e isso tem me incomodado muito. Nao sei porque as coisas tem que ser assim? Nao entendo porque preciso sentir tanto essa sensação de te deixar para trás, de estar te abandonando.

E se para o mundo isso é considerado melhora, para mim isso é desesperador, porque quanto mais ando mais me afasto. Nao falo das lembranças ou memorias, elas parecem estar aqui sempre. Falo de nossa relação mesmo, queria senti-la forte como antes, como sempre falei contigo, mas toda essa semana, tento escrever mas meu coração sangra em oração pedindo para isso tudo acabar, para que eu possa me encontrar com você o mais rápido possível ou para que eu possa continuar sem me sentir te abandonando.


Sei que é estranho meu filho e sei que ninguém entende isso, as vezes nem eu, mas é uma euforia natural em me perceber viva, embora me sentindo morta.

Hoje véspera de feriado...penso no que vou fazer na mesma intensidade que penso o que fiz contigo. E isso maltrata demais, isso fere tanto, porque é como se eu fosse condenada a vida inteira a conviver com uma tristeza disfarçada de alegria ou com uma alegria impregnada de tristeza....pela falta que me faz, e por eu viver agora sozinha coisas que você não viveu....

domingo, 7 de outubro de 2012

UMA DECLARAÇÃO DE AMOR

Voltei a igreja hoje. Mas não fui a minha igreja, mas a uma igreja que tem uma historia para mim. A igreja onde Rafa aceitava todos os dias o apelo. Onde Rafa se engajou no movimento de jovens. Talvez onde Rafa mais tenha tocado.  Fui num culto  normal, nada de especial, nem esperando nada, nenhuma estrela de fora, nenhuma grande ministração, nenhuma comemoração especial de igreja alguma. Desejei não ser reconhecida por ninguém  não por nada, simplesmente porque hoje era dia de ficar eu e eu comigo mesma.  

Hoje a história de sucesso familiar dos outros esbarrava em meu fracasso. Hoje eu sentia inveja e ciume até de politico não eleito, e olhe que sentir ciume de politico já é coisa doentia, com raríssimas exceções, e de politico não eleito mais ainda, mas é que nas aparições de todos eles, sempre tinha uma família por trás com mulher e filhos, um pacote completo. E meu pacote cada vez mais vazio, porque tem dias que até eu me falto, como hoje.

Fui ao culto numa igreja especial para Rafa, talvez a igreja que mais tenha dado oportunidade a ele. E dessa igreja na missa de sétimo  um casal de lideres do movimento jovem da igreja me abraça e ao me consolar fala da benção que foi ter Rafael com eles e me dizia do batismo do Espirito Santo ocorrido num encontro de adolescentes. Eu precisava daquela palavra, o ultimo abraço durante a  referida missa. 

De alguma forma, eu orava a Deus por isso, a gente pensa tantas besteiras na hora que perdemos nossos filhos e nos momentos que se seguem que precisamos desse cuidado de Deus, enviado através das palavras que nos orientam e nos cuidam. Aquele casal me cuidou.

Esperava naquela igreja hoje um monte de coisas que começam a fazer falta. Um louvor de adoradores, com um ritmo celestial. Uma ceia, talvez. Uma palavra profética me dando direção ou descobrir uma coisa nova, diferente, sei lá.  Mas no fundo, eu achava que ia ter de pregação uma bronca de Deus, um puxão de orelha, uma palavra de admoestação, de chamada de Pai que quer corrigir um filho.

Emocionei-me. Tinha amor. O amor de um Pai por um filho. O amor do Pai por mim, um Espirito Santo que se manifestou e uma declaração de que não importa o furor do mar, Ele continua me amando e no controle de tudo.

Hoje foi um domingo difícil  e bem diferente do que planejei. Deveria ser de festa, mas não foi. Quis estar só,  como me sinto a maior parte do tempo, ainda que cercada de gente e com o coração se manifestando outra vez.  Ainda assim, pude sentir o amor de Deus, e a mais bela declaração de amor, de quem se entregou por mim. Meu Deus, meu Pai.

No fim do dia, em companhia de Cora, minha amiga de fé, irmã camarada, e com os meus sobrinhos postiços, na voz de Rafa de Cora (e muito meu), ouço  a mais linda declaração de amor...criada pelo Pai, e posta ali naquela voz e com aquele olhos brilhando,  falando ao meu coração aquilo que meu Rafa me falava sempre, com a mesma alegria, que acho que só os Rafaéis são dotados.


MEU PARTIDO

Domingo de eleição, minha primeira sem Rafael, que ao longo dos anos desde pequeno me acompanhava na cabine.  Tudo novo hoje, colégio novo, seção nova e eu sem você.

Tentei fugir ontem, demorei a dormir, demorei a entender esse processo de seguir em frente e te deixar para trás. Porque por mais que o tragamos dentro do peito e na memoria, fisicamente e no cotidiano você fica para trás e eu sou empurrada pelo tempo para frente.

Primeira vez nesse colégio sem você. Tenho uma historia de amor   com meu local de votação, porque dei aula na faculdade que funciona ali por 10 anos. Todas as vezes que entrei ali, sabia onde Rafa estava e sempre voltava para ele, hoje não.  Hoje ja desci com os olhos banhados, de saudades...de tudo.

Eleição traz sempre lembranças agradáveis de anos com Rafa. De apertar a urna eletrônica confirmando, de conversar com o eleito prefeito num ano ano em que ele não se elegeu na sorveteria Vi Sabor e Rafa confessar a ele meu voto, e ainda nos anos em que eu disputava candidato diferente do pai dele,  e ele tomava meu partido, ou ainda os comentários na fila da seção onde Rafa ouvia um ex-namorado falar de nossa historia e me deixou na maior saia justa.  Esse era meu filho, todo cheio de iniciativa, criatividade e entusiasmo. 

Hoje tudo veio à tona, e doía muito, a ponto de me transportar até você.  

Hoje um único partido. O do coração partido de saudades....

sábado, 6 de outubro de 2012

CORRENTEZA


E a vida segue seu curso...

E eu sempre me sinto como alguém que quer sair do lugar, que ate deseja se mudar, mas as malas, e a falta delas, nos faz continuar aqui esperando...

Eu continuo esperando...sozinha...esperando.

Eu espero...

E esperando eu vejo que mesmo que eu resista a vida segue como as correntezas de uma cachoeira...ela arrasta o que fica pelo caminho, e temos duas opções: os resistimos e somos levados à força pelas águas ou nos colocamos no caminho e ela nos acomodará em seu curso...

Resisti ate bem pouco tempo, e à força sei que nada sera acomodado.. .então...

Que venham as cachoeiras e em cada mergulho, em cada desafio, as lembranças que não se apagam e a saudade que resiste, assim como eu, ainda nãoa comodada pelas águas correntes de minha vida.

Saudades Rafa

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

SURPREENDO


Eu me surpreendo quando sem procurar sou encontrada, e me perco novamente nas surpresas das palavras, das sentenças, que nasceu de meu amago, plantados pelo amor impossível que a saudade deixou, mas que fogem de mim quando se percebem incapazes de falar de ti, e do que nos restou, acordam comigo e me despertam e se despedem nas linhas que te escrevo, passam por minhas mãos  tomam formas e cores, som e intensidade e morrem em minha boca, num grito da saudade, em forma de lagrimas que passeiam, por um rosto que ganhava seus beijos apenas porque você existia.

Apartada de você sou apenas lembrança trôpega, memoria insistente, pensamento subliminar e voz recorrente a murmurar seu nome....RAFAEL.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

TE BUSCAR

Eu penso e remoo muitas coisas nossas. Penso onde te deixei e como fazer para te buscar. Tem horas assim, que fico ansiosa para te buscar...

Queria te buscar na escola novamente, ou deixar que me buscasse no trabalho, enquanto ia para a faculdade;

Queria te buscar novamente no shopping, na casa dos amigos, na porta do cursinho, no posto;

Queria te buscar, de qualquer forma te buscar, te ter perto, te ter junto, te ter.

Queria te buscar do lado de lá, queria te trazer para a minha realidade.

Queria te buscar em meu mundo de fantasia e te fazer real no meu  mundo incolor.

Te buscar...só queria te buscar filho, em qualquer lugar, e te buscando eu também me resgataria.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

OUTUBRO SEM VOCE


Fim de domingo saudoso, anunciando uma segunda tristonha. Mais uma semana, um novo mês  e você longe da gente.

Ontem, embalado por uma musica que nos da lembrar você  seu amigo discorre sobre a saudade que sente do irmão-amigo.

Lemos, todos, com voz embargada e olhos embaçados  Seu telefone, dezenas de mensagens e toques e seu orkut com depoimentos que só você deveria tornar publico.

Difícil passar
 esses 16 meses e saber que estamos iniciando mais um. Porque continuamos a sentir sua historia tatuada em nossa pele, suas lembranças impregnadas em nossa memoria, e nosso amor dedicado em cada lagrima que derramamos de saudade e em cada riso de lembrança de nossas aventuras.

Muito gratos por ter convivido contigo, e saber que falta cada vez menos tempo para estarmos juntos de novo.

Outubro chegando, e lembrança dos milhões de presentes sonhados no dia das crianças,  lembrança dos feriados do mês, e de você conosco em uma de nossas aventuras.